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(copy) Ensina-me a Gentileza No Teu Planeta

by Regina Gaspar

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Ensina-me a Gentileza
no teu Planeta
Num planeta muito distante vivia um extraterrestre. Era o único habitante cinza desse planeta onde tudo era cinzento.
Um dia (ou uma noite, pois não sei como se distinguia o dia da noite naquele planeta), decidiu viajar pelo espaço à procura de não sei bem o quê.
Na sua viagem pelo universo chocou com um meteorito, caiu num buraco negro e despenhou-se na mochila do Afonso.
Como sentia fome e se alimentava de energia, encontrou uma powerbank e recarregou-se. Pouco tempo depois adormeceu.
No dia seguinte, quando Afonso quis carregar o telemóvel, apanhou um grande susto; em cima da sua powerbank estava um bichinho a dormir profundamente.
O Afonso pegou nele e perguntou-lhe como se chamava. O nosso amiguinho não tinha nome porque nunca ninguém o tinha chamado, nem boca porque não havia com quem falar no seu planeta distante e cinzento.
O nosso amiguinho sem nome ficou tão feliz por encontrar outro ser que ficou amarelo, da cor do sol radiante.
O Afonso decidiu que seria bom para o amigo acompanhá-lo a todas as aulas, e assim levou-o à aula de mandarim.
A professora sorriu-lhe e inclinou-se ligeiramente para o receber.
Aprender mandarim era tão divertido que lhe nasceram orelhas para ouvir melhor e aprender tudo o que podia.
Os sons que ouviu eram bem diferentes daqueles que produzia o Afonso mas o nosso amiguinho processou tudo muito rapidamente.
A aula seguinte era de Espanhol.
A professora era muito simpática e, com um sorriso rasgado, disse-lhe "Buenos días", e falava muito depressa e dizia "¡ahora repite por favor!" e "¡Gracias!" e um montão de outras coisas que quase o deixaram tonto de tanto processar tanta informação àquela velocidade.
O nosso amigo tanto quis agradar à professora que quis repetir...e não é que lhe nasceu uma boca!?...
O nosso amigo aprendeu tanta coisa e sentiu-se tão bem integrado na turma que só lhe apetecia sorrir. Sorrir muito com a sua boca nova.
Ele estava feliz com os seus novos amigos sem conhecer a palavra felicidade.
Quando os seus amigos lhe disseram que ia aprender outra língua e outros costumes, ele nem acreditou... começou a produzir um efeito muito estranho e novo para ele. Ficou com os olhos marejados de água.
O nosso amigo não sabia que eram lágrimas, lágrimas de alegria.
Por sua vez os amigos ficaram tão comovidos que sentiram a necessidade de o chamar por um nome que seria seu e de o abraçar.
Mike foi o que saiu e Mike ficou.
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