"Primavere-se" - Viagens pela Poesia

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Quando o sangue do dragão, derramado é , uma seiva de magia me invade, de alegria, o coração. O nosso dragão é verde e belo! Frondoso e vistoso, abriga os pássaros, no seu canto majestoso! Da Macaronésia ele veio, logo não veio do Canadá! Não tem origem africana, mas perto das Filipinas está. O nosso dragão, afinal, o que será? Gaspar Flores e Joana Mesquita

À sombra de um dragoeiro Existe um mundo inteiro. No silêncio de uma vida, Uma vida tão bonita, Que nos convida a sentar, Descansar e relaxar. À sombra de um dragoeiro Existe um mundo inteiro. Cheio de vida e de alegria, Uma alegria contagiante, Que nos acolhe E nos recolhe Desse mundo de despreocupados Que nos deixa abandonados. À sombra de um dragoeiro Existe um mundo inteiro. Um paraíso discreto, Escondido do mal E do mundo cruel, Escondido para nós, Onde podemos estar a sós, Com a nossa alma livre, Nesse mundo nobre... A sombra de um dragoeiro. Anna Julia

Na ribeira deste rio Ou na ribeira daquele Passam meus dias a fio. Nada me impede, me impele, Me dá calor ou dá frio. Vou vendo o que o rio faz Quando o rio não faz nada. Ouço os rastros que ele traz, Numa sequência arrastada, Do que ficou para trás. Vou vendo e vou meditando, Não bem no rio que passa Mas só no que estou pensando, Porque o bem dele é que faça Eu não ver que vai passando. Vou na ribeira do rio Que está aqui ou ali, E no seu curso me fio, Porque, se o vi ou não vi. Ele passa e eu confio. Fernando Pessoa Interpretação - Carminho

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Como é linda e verdejante Esta palmeira gigante Que se eleva sobre o monte! Como seus galhos frondosos S’elevam tão majestosos Quase a tocar no horizonte! Ó palmeira, eu te saúdo, Ó tronco valente e mudo, Da natureza expressão! Aqui te venho ofertar Triste canto, que soltar Vai meu triste coração. Sim, bem triste, que pendida Tenho a fronte amortecida, Do pesar acabrunhada! Sofro os rigores da sorte, Das desgraças a mais forte Nesta vida amargurada! Como tu amas a terra Que tua raiz encerra, Com profunda discrição; Também amei da donzela Sua imagem meiga e bela, Que alentava o coração. Como ao brilho purpurino Do crepúsc'lo matutino Da manhã o doce albor; Também amei com loucura Ess’alma toda ternura Dei-lhe todo o meu amor! Amei!... mas negra traição Perverteu o coração Dessa imagem da candura! Sofri então dor cruel, Sorvi da desgraça o fel, Sorvi tragos d’amargura! &nbsp;........................................ Adeus, palmeira! ao cantor Guarda o segredo de amor; Sim, cala os segredos meus! Não reveles o meu canto, Esconde em ti o meu pranto Adeus, ó palmeira!... adeus! Machado de Assis

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Bela, com as suas flores,&nbsp;&nbsp; pincela a tela de muitas cores.&nbsp; Enfeita as flores, de alegria, como se&nbsp;nunca&nbsp;acabasse&nbsp;o dia.&nbsp; &nbsp;Eis&nbsp;a primavera!! &nbsp;Que veio para ficar... Ah, só&nbsp;se vai&nbsp;embora,&nbsp; quando o verão chegar! Com aromas e&nbsp;perfumes&nbsp;&nbsp; tão&nbsp;belos&nbsp;e sedutores, encanta os senhores e os seus amores... Ai,&nbsp;quem me&nbsp;dera que todos os dias fossem primavera!!!&nbsp; As flores a florir, o mundo a sorrir.&nbsp; Dias belos, cheios de cor&nbsp; com as margaridas em flor... Nos braços das árvores,&nbsp; vamos acolher&nbsp; famílias de aves&nbsp; para terem o que comer!!! Despedimo-nos assim, então,&nbsp;&nbsp; pois só faltam&nbsp;três dias... para chegar o&nbsp;Verão!! Gaspar, Guilherme e João Félix

Sopra o vento, sopra o vento, Sopra alto o vento lá fora; Mas também meu pensamento Tem um vento que o devora. Há uma íntima intenção Que tumultua em meu ser E faz do meu coração O que um vento quer varrer; Não sei se há ramos deitados Abaixo no temporal, Se pés do chão levantados Num sopro onde tudo é igual. Dos ramos que ali caíram Sei só que há mágoas e dores Destinadas a não ser Mais que um desfolhar de flores. Fernando Pessoa Interpretação - Joana Amendoeira

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Naquele «pic-nic» de burguesas, Houve uma coisa simplesmente bela, E que, sem ter história nem grandezas, Em todo o caso dava uma aguarela. Foi quando tu, descendo do burrico, Foste colher, sem imposturas tolas, A um granzoal azul de grão-de-bico Um ramalhete rubro de papoulas. Pouco depois, em cima duns penhascos, Nós acampámos, inda o sol se via; E houve talhadas de melão, damascos, E pão de ló molhado em malvasia. Mas, todo púrpuro, a sair da renda Dos teus dois seios como duas rolas, Era o supremo encanto da merenda O ramalhete rubro das papoulas. Cesário Verde

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Declamado por Sinde Filipe Música: Laurent Filipe

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À mais linda laranjeira Que embeleza o laranjal Pedi uma laranja doce Mas ela levou a mal. Queixou-se aos pássaros Borboletas e mosquitos E até ao espantalho. E eu fiquei aflito... - Pois se amarga é a vida, e triste o caminhar, Dá-lhe uma laranja doce, alivia o seu penar. - Laranja doce me pediu, Ofendeu a minha reputação! - Não fiques assim, laranjeira, Olha para o seu coração! João Pedro Mésseder

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Primavera&nbsp;é&nbsp;poesia!!&nbsp; Toda feita&nbsp;de versos...&nbsp; Belas estrofes&nbsp;de magia!&nbsp; Fascinantes&nbsp;são maravilhosos&nbsp; Os&nbsp;sonhos&nbsp;e a fantasia.&nbsp; Com suas&nbsp;rimas&nbsp;verdejantes,&nbsp; Destacam-se&nbsp;a frescura&nbsp;das&nbsp;plantas e as flores&nbsp;lindas,&nbsp;do jardim,&nbsp;&nbsp; Com&nbsp;cores hipnotizantes!!&nbsp; É a&nbsp;sua beleza&nbsp;que nos dá ideias para escrever...&nbsp; Poemas mágicos&nbsp;estes!!!&nbsp; Cantar e bailar ao som do poema,&nbsp;&nbsp; De um sonho&nbsp;por trás de&nbsp;uma pena.&nbsp; É&nbsp;a&nbsp;estação da&nbsp;fantasia.&nbsp; É a estação da simpatia.&nbsp; É a estação da alegria.&nbsp; Dança a música da poesia!&nbsp; Entra no&nbsp;mundo da imaginação&nbsp; E&nbsp;embala o som do&nbsp;teu&nbsp;coração!&nbsp; Balança ao sabor da brisa.&nbsp; Lança palavras&nbsp;sentidas&nbsp; Para a&nbsp;vida&nbsp;festejar&nbsp; Com estas métricas repetidas!!!&nbsp;&nbsp; Hugo, Martim Romão, Martim Vieira

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Com um tronco pequeno E de várias cores, Está cheia de folhas E de brancas flores!! Dura e resistente, Como um combatente Suporta o inverno E mantém-se persistente... Com frutos Doces, saborosos Suculentos e Gostosos Ninguém lhe consegue resistir! Já consegues descobrir!? Pois é!! Existem oliveiras, macieiras e cerejeiras Mas este poema é sobre as laranjeiras. Matteo e Tatiana

O meu país sabe a amoras bravas no verão. Ninguém ignora que não é grande, nem inteligente, nem elegante o meu país, mas tem esta voz doce de quem acorda cedo para cantar nas silvas. Raramente falei do meu país, talvez nem goste dele, mas quando um amigo me traz amoras bravas os seus muros parecem-me brancos, reparo que também no meu país o céu é azul. Eugénio de Andrade

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Acabou a espera!!! Chegou a primavera, tudo a florescer&nbsp; e o calor a aparecer.&nbsp; Cada folha que nasce,&nbsp; desperta um sorriso na cara.&nbsp; E a última flor que morreu foi no deserto do Saara.&nbsp; Andorinhas a voar&nbsp; - enquanto cantam-,&nbsp; o vento a sussurrar&nbsp;&nbsp; e as folhas que levantam.&nbsp; O tempo passa... passa... D. Andorinha a esvoaçar&nbsp; já saiu do seu lar... E quando o verão chegar,&nbsp; o vento da primavera a vai ver dançar.&nbsp; T-shirt e calções&nbsp; já dá para usar, e as férias grandes... estão a chegar!!&nbsp; Gabriel, Joana e Matteo

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Laranjeira frondosa, Tua beleza é luminosa! Teu aroma e perfume Cruzam os ares com o vaga-lume!!! Enfeitas o campo e toda a floresta. Como se cada dia fosse uma festa! Todas as laranjeiras são lindas! Bonitas, mostram a esperança Que vemos nascer todo o dia no sorriso de uma criança. Aguentam o Inverno, Renascem na Primavera! Enchem-se, enfim, de laranjas Que escondem como uma hera! Matilde e João Félix

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Viajei desde o Oriente Nas caravelas portuguesas, Desde então por aqui ando Pelas mãos das freguesas!! Sou originária do Sudeste asiático. Se sou amarga, sou da Índia!!! Se sou doce, sou da China!!! O meu poder curativo é fantástico! Combato infeções, ansiedades, insónias, Tosses e constipações... Os marinheiros do passado têm disso grandes memórias!! E nas suas histórias , contavam minhas intenções!! Não há perfume ou aroma como o meu, E as minhas flores o espalham, Por este imenso céu! Gosto de estar ao sol E o vento nem senti-lo, Casca grossa ou casca fina Sou uma fonte de vitamina. Francisco Batista

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De folhas bonitas e fragrantes, Invado os ares Com meus aromas inebriantes. Sou a tília!!! Árvore frondosa, Com a minha sombra cheirosa, Protejo a família Numa tarde maravilhosa!!! Sou amiga das pessoas! Dou a minha casca, flores e folhas… E para delas cuidar, Estou entre as escolhas... De quem um chá quer saborear! Prof. Ana Cristina Ferreira

Ai flores, ai flores do verde pino Se sabedes novas do meu amigo? Ai Deus, e u é? Ai flores, ai flores do verde ramo Se sabedes novas do meu amado? Ai Deus, e u é? Se sabedes novas do meu amigo Aquel que mentiu do que pôs conmigo? Ai Deus, e u é? Se sabedes novas do meu amado Aquel que mentiu do que mi há jurado? Ai Deus, e u é? Vós me preguntades polo voss'amigo E eu bem vos digo que é san'e vivo Ai Deus, e u é? Vós me preguntades polo voss'amado E eu bem vos digo que é viv'e sano Ai Deus, e u é? E eu bem vos digo que é san'e vivo E será vosco ant'o prazo saído Ai Deus, e u é? E eu bem vos digo que é viv'e sano E será voscant'o prazo passado Ai Deus, e u é? Ai flores, ai flores do verde pino D. Dinis

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Não é uma videira, mas, sim, uma compoteira e uma fruteira!! De grande porte, Amiga dos bichos da seda, Tem um prima afastada Que dá cá cada picada!!! A prima é uma silva, Que cresce, sem lei nem roque!! Grande é a expetativa De evitar o seu toque... Suas frutas Pretas e vermelhas, Algumas são tão azedas... De fazer franzir as sobrancelhas!!! Afinal, estas árvores São tão belas, Sejam silva ou amoreira... Prontos para encher a algibeira? Gabriela e Santiago

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Há por aqui uma árvore, Com as folhas tão verdinhas!!! Faça chuva ou faça sol, Estão sempre bem juntinhas... Vejo os pássaros, Nela a pousar E lá no alto, a cantar!! Mantém-se vestida e bela, Por todas as estações, Florindo na primavera Para acolher os abelhões. Leonor Cruz e Martim Romão

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Quem me compra um jardim com flores? borboletas de muitas cores, lavadeiras e passarinhos, ovos verdes e azuis nos ninhos? <a href="https://www.pensador.com/autor/cecilia_meireles/">Cecília Meireles</a>

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Enfeita-se o campo e toda a floresta, como, se cada dia, fosse uma festa! Os insetos voam de flor em flor... Os passarinhos piam, Para te acordar de amor!!! As borboletas beijam as flores... Apenas com duas asas exploram milhares de cores!!! Raios de sol brindam a terra. Dias a fio, vão de serra em serra, dando boas vibes, à Primavera! Margarida, Santiago e Marisa

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Dragoeiro velho No claustro sem monge; Gritavam por Santiago, Vendiam sangue de drago, Assim ganharam ao longe Do Japão trouxeram as rosas Contra mártires de sotaina E coisas prodigiosas: Agora mudam de faina, Agora vendem as rosas. Se a Minha teve resgate, Nosso sangue nos custou. Eu fui o sange dragado: Uma fusta em Guzerate Para sempre ma levou. Dragoeiro velho Como meu avô, Também fui vermelho, Ora já não sou. Eu te guardo ao espelho, Hoje sou teu dragão: Dormirei na oblíqua Rosa do Japão. Árvore sagrada, Já tudo mudou, Que a rosa roubada Nas ondas voltou. Vitorino Nemésio

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Diz-me a tília a cantar: "Eu sou sincera, Eu sou isto que vês: o sonho, a graça, Deu ao meu corpo, o vento, quando passa, Este ar escultural de bayadera... E de manhã o sol é uma cratera, Uma serpente de oiro que me enlaça... Trago nas mãos as mãos da Primavera... E é para mim que em noites de desgraça Toca o vento Mozart, triste e solene, E à minha alma vibrante, posta a nu, Diz a chuva sonetos de Verlaine..." E, ao ver-me triste, a tília murmurou: "Já fui um dia poeta como tu... Ainda hás de ser tília como eu sou..." Florbela Espanca, in "Charneca em Flor"

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Todas as árvores apaziguam o espírito. Debaixo do pinheiro bravo a sombra torna metafísica a silhueta de tronco e copa. Em volta da ameixoeira temporã vespas ensinam aos meus ouvidos louvores. As oliveiras não se movem mas as formas da essência desenham-se cada dia com o vento. Na sombra os frémitos acalentam o pensamento até ao não pensar. Depois até sentir a vacuidade no halo de flores que o envolve. Sob as oliveiras, por fim, que não se movem contorcendo-se, concebe o não conceber. Fiama Pais Brandão "Infância",&nbsp;in&nbsp;Três Rostos,1989

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Esta&nbsp;árvore é um amigo&nbsp; Que se pode semear , Com um pequeno gesto&nbsp;apenas Todos podemos ajudar!!&nbsp; Não é árvore de pomar,&nbsp; Mas purifica o nosso ar !&nbsp; É tão rica e modesta, Tem uma beleza de encantar... À beira do rio,&nbsp; No seu cismar,&nbsp; Procura a água, Para seus ramos abraçar!!!&nbsp;   Verde claro, Folhas finas e compridas, Procura o doce amparo nas margens coloridas ! Seus ramos tocavam no chão, E como se lágrimas deitasse, Mostrava a sua beleza, a quem por ali passasse!! Saudoso, lindo e frondoso... Eis, o nosso amigo, Chorão! Ana Clara, Dinis e Gabriela

Projeto eTwinning "Viagens Lusas de Escrita"

Pé ante pé a natureza ganha asas e transforma-se. Também as palavras renascem na pena das crianças!!! Este e-book contém alguns poemas realizados pelos alunos da Turma C do 7.º ano, na aula de Português. Foi-lhes proposto que, colaborativamente, criassem poemas relacionados com a Primavera ou com as árvores. Depois foi sugerido que descobrissem poemas musicados ou não sobre o tema que trataram no seu texto. Por fim, criámos este e-book para vos presentear!!! Bem vindos a esta viagem pelas palavras, pela beleza da natureza, pelos sentidos de várias crianças e pela arte da Literatura e da Música.

<a href="https://www.edreams.pt/blog/a-escrita-de-viagens/">Fonte da Imagem</a>

De novo a laranjeira - olhai! - traz ante nós os frutos, quais lágrimas vertidas nos atormenta do amor e de vermelho coloridas Nos ramos de topázio vede como as rútilas esferas em ágata moldadas ficam expostas às suaves mãos do zéfiro que têm martelinhos para uma a uma as percutir E nós ora as beijamos ora nelas os aromas aspiramos e assim elas parecem faces de donzela ou perfumados pomos Ruy Belo | "Obra Poética de Ruy Belo"&nbsp;

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As árvores como os livros têm folhas e margens lisas ou recortadas, e capas (isto é copas) e capítulos de flores e letras de oiro nas lombadas. E são histórias de reis, histórias de fadas, as mais fantásticas aventuras, que se podem ler nas suas páginas, no pecíolo, no limbo, nas nervuras. As florestas são imensas bibliotecas, e até há florestas especializadas, com faias, bétulas e um letreiro a dizer: «Floresta das zonas temperadas». É evidente que não podes plantar no teu quarto, plátanos ou azinheiras. Para começar a construir uma biblioteca, basta um vaso de sardinheiras. Jorge Sousa Braga

Brancas Azuis Amarelas E pretas Brincam Na luz As belas Borboletas Borboletas brancas São alegres e francas. Borboletas azuis Gostam muito de luz. As amarelinhas São tão bonitinhas! E as pretas, então . . . Oh, que escuridão! Vinicius de Moraes Interpretação: Adriana Calcanhoto

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Perfumada laranjeira, Linda assim dessa maneira, Sorrindo à luz do arrebol, Toda em flores, branca toda - Parece a noiva do Sol Preparada para a boda. E esposa do Sol, que a adora, Com que cuidados divinos Curva ela os ramos, agora! E entre as folhas abrigados, Seus filhos, frutos dourados, Parecem sois pequeninos. Júlia Lopes de Almeida

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As árvores também se enganam, não a somar ou a subtrair, Mas a florir! Nem por isso ficam preocupadas. Há sempre uma árvore da borracha, mesmo à mão para apagar, os erros que dão. Jorge Sousa Braga

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Quando vier a Primavera, Se eu já estiver morto, As flores florirão da mesma maneira E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada. A realidade não precisa de mim. Sinto uma alegria enorme Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma. Se soubesse que amanhã morria E a Primavera era depois de amanhã, Morreria contente, porque ela era depois de amanhã. Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo? Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo; E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse. Por isso, se morrer agora, morro contente, Porque tudo é real e tudo está certo. Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem. Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele. Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências. O que for, quando for, é que será o que é. Alberto Caeiro Declamado por Pedro Lamares

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Na altura do ano,&nbsp; em que abrem as flores,&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Os pássaros cantam,&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; e&nbsp;trazem&nbsp;as&nbsp;cores.&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; As crianças brincam,&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; As borboletas esvoaçam,&nbsp;&nbsp;&nbsp; Tardes inteiras,&nbsp;&nbsp; por cima&nbsp;das azinheiras.&nbsp; O verde das folhas,&nbsp; O amarelo do sol,&nbsp; A alegria é imensa&nbsp; Esperar,&nbsp;no frio, ... até&nbsp;compensa!&nbsp; Riam e brinquem&nbsp;&nbsp; que o tempo não espera!&nbsp; Esta altura do ano&nbsp;&nbsp; é&nbsp;a&nbsp;Primavera!&nbsp; Camila, Leonor, Matilde

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Na primavera há alegria! Uma alegria que adoça a vida, Que nos acalma, Que liberta a nossa alma!! Nos jardins coloridos Ou nos campos floridos, A paz nos ilumina E a alegria nos desperta. À sombra de uma árvore Ouvem-se os pássaros a cantar A harmonia de uma melodia!! Sentem-se os galhos a balançar A dança do vento que passa E a alegria que perpassa!!! Na primavera, há felicidade, há amor, há liberdade. Tudo é beleza e harmonia... E da sua beleza, nasce a simplicidade de uma flor de verdade. Anna Júlia, Sofia, Leandro e João Lourinho

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Ser poeta Ser poeta... Ser poeta é viajar no pensamento, É num universo sem norte, Abrir as entranhas ao sentimento, E arriscar na vida a sua sorte. É estar fora de nós impunemente, Deixar a alma morrer na lua cheia, Ser essa criança inocente, Que enche de vida, a aldeia. É arrancar da alma gritos e emoções, Ser paisagem, perder-se no conflito, Ter dentro de si todas as contradições, E, ainda assim, procurar o infinito. É engolir a vida sempre que preciso, Esconder a face, congelar misérias, Disfarçar tristezas num belo sorriso, Pintar de cores as coisas mais sérias. É ter sempre um verso sem guarida, Num corpo nu ao descoberto, Nos olhos uma janela para a vida, Na alma a dor amordaçada do incerto. É ter a coragem de em rua escura, Viver um dia num segundo, Ser cobarde, com bravura, Viver do lixo feito vagabundo. É abrir as entranhas e transformar, Esse acto fraticida, Em palavras para dar, Outros sentidos à vida. Ser poeta... Ser poeta... É tudo isso... E talvez tudo o contrário Ser poeta é tudo isso... Não cabe no vocabulário... Plácido de Oliveira

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Como eu gostava de ver as palmeiras a crescer! Folhas lindas de morrer com os cocos a descer... Ao sol, as folhas brilham como esmeraldas que nunca antes vi. São tão preciosas assim!!! À sombra dela Fico eu sentada, Tenho uma vista bela Fico sempre deslumbrada! Dinis e Margarida

Em paisagens deslumbrantes onde o sol irradia adoro estar perto destas árvores, para viver com alegria! São tão altas e bonitas que até perdemos a noção!! Têm folhas infinitas o que até faz confusão... Debaixo das suas folhas encontras uma brisa refrescante. E podes sempre aproveitar a sua sombra relaxante!!! Marisa e João Lourinho

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Nos meus galhos, Abrigo os passarinhos para fazerem os seus ninhos! De todas as árvores, é, para mim, a mais bela! E todos os dias olho para ela. Bravo ou manso, É uma árvore centenária... A sua sombra é gigante E um abrigo relaxante. Carlota

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As árvores são um bem precioso e Precisamos delas para viver... Longas ou estreitas elas podem ser e À mãe natureza temos de agradecer. Do seu tronco, folhas de papel podemos fazer Com as pinhas, o lume ter E, também, o seu fruto comer. As suas folhas são pontiagudas, finas e bicudas!! Agulhas parecem, verdes e brilhantes E, no Natal, cintilantes todos gostamos de as ter Para os nossos presentes receber. Francisco Batista

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