Biografias de personalidades que contribuíram para a construção da democracia em Portugal

Memórias de um povo que venceu o medo

6.º B Memórias de um povo que venceu o medo Projeto interdisciplinar de HGP, Português e EM Escola Básica Dr. José Neves Júnior Faro, maio 2021

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Este livro é dedicado a todos os que contribuíram para a construção e consolidação da democracia no nosso país.

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José Mário Branco nasceu no dia 25 de maio de 1942, no Porto, e morreu a 19 de novembro de 2019, com 77 anos, em Lisboa. A sua família sempre viveu em Portugal. José Mário Branco frequentou a Universidade de Coimbra onde estudou História. Mais tarde aderiu ao Partido Comunista Português, tendo sido perseguido pela PIDE. Em 1963, foi obrigado a exiliar-se em França. Em 1974, regressou a Portugal e fundou o grupo de Ação Cultural - Vozes na Luta, com o qual gravou dois álbuns. Fez músicas de intervenção, fado e arranjos musicais.

Algumas das suas obras mais famosas são: Mudam-se os Tempos, mudam-se as Vontades (1971), Margem de Certa Maneira (1972), Ser Solidário (1982) e Resistir é Vencer (2004). Este álbum foi feito em homenagem ao povo timorense, que resistiu durante décadas à ocupação pelas forças da Indonésia, logo após do 25 de Abril.

José Mário Branco - Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

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António Gedeão (nascido Rómulo Vasco da Gama Carvalho) foi um poeta, autor dramático, cientista, historiador e professor do ensino secundário. Formado em Ciências Físico-Químicas pela Universidade do Porto, foi professor nos Liceus Pedro Nunes e D. João III (Coimbra) e no Liceu Camões (Lisboa). Teve dois filhos, Frederico de Carvalho, que se formou em ciências, e Cristina Carvalho que também é escritora.

Rómulo de Carvalho começou por ser um investigador e divulgador da história da ciência. Em 1983 tornou-se sócio correspondente da Academia de Ciências e, em 1990, aos 83 anos, assumiu a direcção do Museu Maynense da Academia das Ciências de Lisboa. Considerando a sua relevância para a ciência, em 1996, Portugal decidiu adotar a data do seu nascimento como Dia Nacional da Cultura Científica. Só em 1956, aos 50 anos, publicou o seu primeiro livro de poesia. Nos seus poemas encontramos uma ligação perfeita entre a ciência e a poesia. Os seus poemas marcaram toda uma geração reprimida pelo regime ditatorial e atormentada pela guerra coloquial, cujo fim não se adivinhava.

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Foi nomeado para o Conselho de Estado em 24 de Julho de 1974, passando mais tarde a integrar a estrutura informal do Conselho dos Vinte e, a partir de 14 de Março de 1975, tornou-se membro do Conselho da Revolução, funções que manteve até à sua extinção, em 1982. Passou à reserva militar, no posto de tenente-coronel, a 20 de Abril de 1988. Pertence, desde a sua fundação, aos corpos gerentes da Associação 25 de Abril. É presidente da Direção desde a sua fundação, em outubro de 1982.

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A 24 de Setembro de 1983, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, e a 19 de Abril de 1986 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

<a href="https://www.wook.pt/autor/vasco-lourenco/17531">https://www.wook.pt/autor/vasco-lourenco/17531</a>

<a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Vasco_Louren%C3%A7o">https://pt.wikipedia.org/wiki/Vasco_Louren%C3%A7o</a>

Trabalho realizado por: Eva Neves e Fátima Dorcu

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Catarina Eufémia Chamava-se Catarina O Alentejo a viu nascer Serranas viram-na em vida Baleizão a viu morrer Ceifeiras na manhã fria Flores na campa lhe vão pôr Ficou vermelha a campina Do sangue que então brotou Acalma o furor campina Que o teu pranto não findou Quem viu morrer Catarina Não perdoa a quem matou Aquela pomba tão branca Todos a querem p'ra si O Alentejo queimado Ninguém se lembra de ti Aquela andorinha negra Bate as asas p'ra voar Ó Alentejo esquecido Inda um dia hás de cantar José Afonso, Cantares Alentejanos

Catarina Eufémia O primeiro tema da reflexão grega é a justiça E eu penso nesse instante em que ficaste exposta Estavas grávida porém não recuaste Porque a tua lição é esta: fazer frente Pois não deste homem por ti E não ficaste em casa a cozinhar intrigas Segundo o antiquíssimo método oblíquo das mulheres Nem usaste de manobra ou de calúnia E não serviste apenas para chorar os mortos. Sophia de Mello Breyner Andresen, Dual, 1962

Zeca Afonso - Grândola, Vila Morena

Mário Alberto Nobre Lopes Soares Nascimento: 07-12-1924, Lisboa Morte: 07-01-2017, Lisboa

Mário Soares foi o segundo filho de João Lopes Soares, professor, fundador do&nbsp;Colégio Moderno&nbsp;em Lisboa, ministro e ativista republicano antifascista.

Mário Soares formou-se em Ciências Histórico-Filosóficas, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1951, e em Direito, em 1957. Casou-se em 1949 com Maria Barroso e foi pai de João Barroso Soares e de Isabel Barroso Soares. Foi membro da Resistência Republicana e Socialista, na década de 50, redator e signatário do Programa para a Democratização da República, em 1961, e candidato a deputado pela Oposição Democrática (1965) e pela CEUD (1969).

Mário Soares foi um opositor ativo do salazarismo e marcelismo, o que o levou 12 vezes à prisão, cumprindo um total de cerca de três anos de cadeia.

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Henrique Galvão era um homem corajoso, sem medo dos poderes instalados, que atravessou de forma desassombrada o século XX. Apoiante convicto do Estado Novo, Henrique Galvão foi-se desiludido com o rumo da política nacional, até se tornar num acérrimo oposicionista. Em 1961, Portugal e o mundo eram surpreendidos com o desvio do paquete de luxo Santa Maria, que navegava a caminho de Miami. O comandante dos revoltosos era Henrique Galvão.

Este herói português, de uma personalidade singular, é um dos intervenientes mais notáveis da vida política nacional do último século e da&nbsp;História Contemporânea de Portugal.

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António de Spínola

O General António de Spínola nasceu no dia 11 de abril de 1910, em Estremoz (Alto Alentejo), filho de António Sebastião de Spínola e de Maria Gabriela Alves Ribeiro de Spínola.

Em 1932, casou-se com Maria Helena Martin Monteiro de Bastos.

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Regressou a Portugal após a Revolução do 25 de abril. Participa no I Governo Constitucional formado pelo Partido Socialista em 1976. Foi deputado por Coimbra em todas as eleições desde 1975 até 2002 e por Lisboa a partir de 2002 e até 2009. Em 2005 candidatou-se à Presidência da República, como independente e apoiado por cidadãos, tendo obtido mais de 1 milhão de votos nas eleições presidenciais de 22 de Janeiro de 2006. Em novembro de 2016, foi eleito sócio efetivo da Academia das Ciências, na Classe de Letras, 1.ª Secção de Literatura e Estudos Literários.

Em 2017 recebeu o Prémio Camões e foi doutorado "honoris causa" pela Universidade de Pádua.

Flores para Coimbra Que mil flores desabrochem. Que mil flores (outras nenhumas) onde amores fenecem que mil flores floresçam onde só dores florescem. Que mil flores desabrochem. Que mil espadas (outras nenhumas não) onde mil flores com espadas são cortadas que mil espadas floresçam em cada mão. Que mil espadas floresçam onde só penas são. Antes que amores feneçam que mil flores desabrochem. E outras nenhumas não.

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Obviamente, demito-o! [excerto]

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Maria Helena Vieira da Silva foi pintora, escultora, vitralista, ilustradora e cenógrafa. Nasceu a 13 de junho de 1908, em Lisboa, no seio de uma família abastada de classe alta. Era a única filha do embaixador Marcos Vieira da Silva e de Maria do Céu Silva Graça. Morreu a 6 de março de 1992 em Paris. Passou grande parte da sua infância em Portugal. Despertou cedo para a música e para a pintura, começando aos onze anos a estudar piano e canto em casa, desenho e pintura nos ateliers da pintora Emília dos Santos Braga e do pintor Armando de Lucena, e modelagem com o escultor Rogério de Andrade. Pouco depois, ingressou na Academia de Belas Artes de Lisboa e, motivada também pela escultura, frequentou a disciplina de Anatomia na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, em 1926. Mudou-se para Paris em 1928, onde residiu a maior parte da sua vida. Estudou na Académie de la Grande Chaumière, onde conheceu aquele que viria a ser o seu marido, o pintor húngaro Árpád Szenes, de origem judaica. Um encontro decisivo para a sua carreira surgiu em 1932, quando conheceu a galerista Jeanne Bucher que nesse mesmo ano vendeu uma obra sua ao Museu de Arte Moderna de Nova Iorque e, no ano seguinte, organizou a sua primeira exposição individual. Com a 2.ª Guerra Mundial, o casal fugiu para Portugal onde tentou obter a nacionalidade portuguesa, mas governava Salazar e como eles eram apátrias e o marido era judeu, apesar de convertido, o pedido foi recusado. Sendo obrigados a sair da Europa, em 1940, foram para o Brasil onde estiveram exilados. Em 1952, Vieira da Silva voltou a pedir a nacionalidade portuguesa, mas foi-lhe recusada, levando-a a naturalizar-se francesa.

Manuel Augusto Coentro de Pinho Freire nasceu a 25 de abril de 1942, em Vagos. Em 1945 foi para Ovar, onde viveu mais de 40 anos, residindo desde 1988 em Vieira de Leiria. Frequentou o Liceu em Ovar&nbsp;e&nbsp;Aveiro e chegou a estudar&nbsp;Engenharia, em&nbsp;Coimbra&nbsp;e no&nbsp;Porto, sem se licenciar. Incorporou o serviço militar em&nbsp;1964. Fez a recruta em&nbsp;Mafra e passou em seguida pelas bases aéreas da&nbsp;Ota&nbsp;e de&nbsp;Monsanto, obtendo o curso técnico de Armamento e Equipamento de Aviões. Após o serviço militar, ingressou numa empresa de aços em&nbsp;Ovar, que integrou durante cerca de 20 anos. Paralelamente, desenvolvia a sua carreira artística centrado na música.

Em Setembro de 1999, abandonou a atividade profissional, dedicando-se a tempo inteiro à música e à poesia. Entretanto estreava-se na música, com um EP que continha "Dedicatória", "Eles", "Livre" e "Pedro Soldado", editado em 1968. O cantor não escapou à&nbsp;censura, vindo a ser proibido o EP com os temas "Lutaremos meu amor", "Trova", "O sangue não dá flor". Em&nbsp;1969, obtém enorme projeção ao aparecer no programa&nbsp;Zip-Zip, onde lançou&nbsp;Pedra Filosofal, com poema de&nbsp;António Gedeão, cuja interpretação lhe valeu o Prémio da Imprensa desse ano. Foi também distinguido com o Prémio&nbsp;Pozal Domingues.

As memórias da minha família

O meu avô Agostinho foi militar durante seis anos. Entre 1972 a 1974 esteve em Mansoa, na Guiné-Bissau, com a minha avó e a minha mãe. Com o 25 de abril e o fim da Guerra Colonial, regressaram a casa e a família pôde finalmente reunir-se.

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Grândola Vila Morena - Amália Rodrigues

AGIR - Cantando Abril "Grândola, Vila Morena" com Buba Espinho

Grândola Vila Morena- Agir e Buba Espinho

Como advogado defensor de presos políticos participou em numerosos julgamentos no Tribunal Plenário e no Tribunal Militar Especial. Representou a família do General Humberto Delgado na investigação do assassinato daquele antigo candidato à Presidência da República, tendo contribuído decisivamente para desvendar as circunstâncias e denunciar as responsabilidades nesse crime cometido pela polícia política de Salazar (PIDE). Mário Soares foi deportado sem julgamento para São Tomé, em 1968, após ter divulgado um caso de prostituição que envolvia membros do governo e homens de negócio próximos do regime de Salazar.

No processo de transição democrática subsequente ao&nbsp;25 de Abril de 1974, afirmou-se como líder partidário no campo democrático. Foi Ministro dos Negócios Estrangeiros de três governos provisórios e ainda primeiro ministro nos I, II e IV Governos Constitucionais. Mário Soares impulsionou o pedido de adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia (atual União Europeia). Como Presidente da República, cumpriu dois mandatos, de 1986 até 1996.

O meu avó apareceu na fotografia principal do jornal, participando na manifestação comemorativa do 25 de abril, em 1975.

Capa do jornal "O Almonda", que falava da comemoração da Revolução dos Cravos na cidade de Torres Novas.

A trabalhadora agrícola ficou conhecida pela luta contra o regime salazarista, sendo adotada pelo Partido Comunista Português como símbolo da resistência no Alentejo. Após a morte de Catarina Eufémia, foram muitas as homenagens que lhe fizeram. No local da sua morte, foi colocado um monumento em forma de foice; no Barreiro existe um parque com o seu nome, assim como várias ruas e largos em diferentes localidades. O cantor José Afonso e vários escritores, como Eduardo Valente da Fonseca, Francisco Miguel Duarte e Sophia de Mello Breyner Andresen homenagearam-na com canções, poemas e pinturas.&nbsp;

Cantar Alentejano - Catarina Eufémia

Manuel Alegre de Melo Duarte nasceu a 12 de Maio de 1936 em Águeda. Estudou Direito na Universidade de Coimbra, onde foi um ativo dirigente estudantil.&nbsp;Apoiou a candidatura do General Humberto Delgado.&nbsp;Foi fundador do CITAC (Centro de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra), membro do TEUC (Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra), campeão nacional de natação e atleta internacional da Associação Académica de Coimbra.

A sua tomada de posição contra a ditadura e a guerra colonial levam o regime de Salazar a chamá-lo para o serviço militar em 1961, sendo colocado nos Açores, onde congemina, com Melo Antunes, um plano para tomar conta da ilha de S. Miguel e desencadear um golpe de Estado. Em 1962 é mobilizado para Angola, onde dirige uma tentativa pioneira de revolta militar. É preso pela PIDE em Luanda, em 1963, durante seis meses. Na cadeia conhece escritores angolanos como Luandino Vieira, António Jacinto e António Cardoso. Colocado com residência fixa em Coimbra, acaba por passar à clandestinidade e sair para o exílio em 1964. Passa dez anos exilado em Argel, onde é dirigente da Frente Patriótica de Libertação Nacional. Aos microfones da emissora A Voz da Liberdade, a sua voz converte-se num símbolo de resistência e liberdade. Entretanto, os seus dois primeiros livros,&nbsp;Praça da Canção&nbsp;(1965) e&nbsp;O Canto e as Armas&nbsp;(1967) são apreendidos pela censura, mas passam de mão em mão em cópias clandestinas. Poemas seus, cantados, entre outros, por Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire e Luís Cília, tornam-se emblemáticos da luta pela liberdade.

Tratava-se de uma geração que se sentia profundamente tocada pelos valores expressos na poesia de António Gedeão que acreditava que através do sonho era possível encontrar o caminho para a liberdade. E é por essa razão que o seu famoso poema Pedra Filosofal, musicado e interpretados por Manuel Freire, se tornou num hino à liberdade e ao sonho. Em 1972, José Niza (autor de E depois do adeus, primeira senha da revolução de 25 de abril de 1974) compôs doze músicas com base em poemas de António Gedeão e produziu o álbum Fala do Homem Nascido, interpretado pelo cantor de intervenção António Correia de Oliveira.

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Adriano Correia de Oliveira - "Fala do homem nascido" do disco "Cantaremos" (LP 1970)

Manuel Freire - Pedra filosofal

António Gedeão / Rómulo de Carvalho, partiu em 1997 e jaz no Jazigo dos Escritores Portugueses, no Talhão dos Artistas do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, onde repousam outros nomes distintos das letras portuguesas.

Fontes consultadas https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Gede%C3%A3o https://www.rtp.pt/programa/tv/p11166 http://www.romulodecarvalho.net/content/view/1/2/ https://www.wook.pt/autor/antonio-gedeao/22940

António Gedeão foi também o autor de uma das mais conhecidas e inspiradoras músicas portuguesas, Pedra Filosofal, interpretada por Manuel Freire.

Otelo Saraiva de Carvalho nasceu no dia 31 de agosto de 1936. Responsável pelo setor operacional da Comissão Coordenadora e Executiva do&nbsp;Movimento dos Capitães, elaborou o plano de operações militares do 25 de Abril de 1974. Além disso, dirigiu as operações, a partir do posto da Pontinha, no Regimento de Engenharia n.º 1, onde esteve em permanência desde o fim da tarde de 24 de abril até ao dia 26 de abril de 1974. Pertenceu também ao Conselho dos 20, ao Conselho da Revolução e é considerado um dos elementos mais carismáticos do MFA. Para além de militar, destacou-se também pela atividade política. Escreveu ainda livros, como “Memórias de Abril” e “O Dia Inicial”.

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Manuel Freire tem um lugar de destaque na luta pela instauração de um regime democrático em Portugal, cantando as suas músicas com duplo sentido, de crítica ao regime. Após o 25 de abril, colaborou com&nbsp;José Jorge Letria&nbsp;e&nbsp;Vitorino&nbsp;num CD para crianças acerca da&nbsp;Revolução dos Cravos, intitulado "Abril, Abrilzinho", que foi editado em&nbsp;2006. Manuel Freire continua a compor, a cantar e a ir a todos os sítios onde as suas canções "podem ter alguma utilidade".

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MANUEL FREIRE-PEDRA FILOSOFAL

Pedra Filosofal Letra: António Gedeão Música: Manuel Freire

Eles não sabem, nem sonham que o sonho comanda a vida. Que sempre que um homem sonha o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança.

Em 1939, tornou-se ajudante de campo do comando da Guarda Nacional Republicana. Foi nomeado governador da Guiné Portuguesa a 20 de maio de 1968. Em 1973, foi convidado por Marcelo Caetano para a pasta do Ultramar, cargo que recusou, por não concordar com a intransigência governamental face às colónias. A&nbsp;17 de Janeiro&nbsp;de&nbsp;1974, foi nomeado vice-chefe do&nbsp;Estado-Maior das Forças Armadas, por sugestão de Costa Gomes, cargo de que foi afastado em Março. Pouco tempo depois, mas ainda antes da&nbsp;Revolução dos Cravos, publica&nbsp;Portugal e o Futuro, onde expressa a ideia de que a solução para o problema colonial português passava por outras vias que não a continuação da guerra.

Em 25 de Abril de 1974, como representante do MFA, recebeu de Marcelo Caetano, que se refugiara no Quartel do Carmo, a rendição do Governo que permitiu assumir os seus poderes públicos, apesar de essa não ter sido a intenção original do&nbsp;MFA.

Faleceu a 13 de Agosto de 1996, com 86 anos, na cidade de Lisboa.

Fontes consultadas https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_de_Sp%C3%ADnola https://www.infopedia.pt/$antonio-de-spinola

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Fernando José Salgueiro Maia, nasceu no dia 1 Julho de 1944 em Castelo de Vide. Foi o único filho de Francisco da Luz Maia, ferroviário, e de sua mulher, Francisca Silvéria Salgueiro, que foi mortalmente atropelada aos 29 anos por um autocarro na praça de Espanha, em Lisboa (tinha ele 4 anos de idade). Frequentou a escola primária em São Torcato, concluiu o ensino secundário no liceu nacional de Leiria. Casou-se com Natércia Maia com quem teve dois filhos, Catarina e Filipe Salgueiro Maia. Foi admitido na Academia Militar em Lisboa, onde fez o tirocínio.

Liderou as forças revolucionárias durante a revolução do 25 de Abril de 1974. Depois da revolução, licenciou-se em ciências políticas e sociais.

Faleceu a 3 de abril de 1992, em Santarém, vítima de uma doença cancerosa.&nbsp;

Humberto Delgado, que corporizou o principal movimento para tentar derrubar o regime&nbsp;salazarista&nbsp;através de eleições, foi contudo derrotado nas urnas, num processo eleitoral reconhecidamente fraudulento, em que não houve fiscalização por parte da oposição.

Depois de perder as eleições presidenciais, foi vítima de represálias por parte do regime salazarista e alvo de ameaças por parte da PIDE, vendo-se obrigado a pedir asilo político na Embaixada do Brasil e a partir para o exílio.

Foi assassinado pela PIDE em Espanha, no dia 13 de Fevereiro de 1965.

Humberto Delgado foi autor de vários livros sobre períodos relevantes da história contemporânea, como, por exemplo, "Crónicas políticas e militares da II Guerra Mundial", "As Memórias de Humberto Delgado" e "A tirania Portuguesa".

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Este livro resultou do trabalho de articulação curricular envolvendo as disciplinas de História e Geografia de Portugal, Português e Educação Musical e visou aprofundar o conhecimento dos alunos sobre a construção da democracia no nosso país. Para isso, investigaram os contributos de personalidades que se destacaram em diferentes áreas, política, cívica, cultural, na luta pela instauração de um regime democrático. Paralelamente, foram desafiados a procurar, nas memória de família, histórias que os ajudassem a compreender a importância da conquista da liberdade na vida do povo anónimo. Todas essas memórias aqui ficam, como testemunho do envolvimento dos nossos alunos na educação para a cidadania democrática.

As professoras Ana Sofia Rosa, Graça Ribeiro e Virgínia Castro

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Em 1973,&nbsp;Sérgio&nbsp;mudou-se&nbsp;para o Canadá, onde se casou com Sheila Charlesworths. Quando estava numa comunidade hippie em Vancouver, recebeu a notícia da revolução do 25 de abril de 1974, o que o levou a regressar a Portugal.

Nesse mesmo ano, editou o álbum À Queima-Roupa, que foi um sucesso, atuando em diversas manifestações populares, frequentes após o 25 de abril. Sérgio Godinho tornou-se assim autor de algumas das canções mais unanimemente aclamadas da música portuguesa, como Liberdade, Com um brilhozinho nos olhos, O primeiro dia, É terça-feira.&nbsp; Ao longo da sua carreira, editou numerosos álbuns de originais, salientando-se músicas como Cuidado com as imitações, Nação Valente, Na boca do lobo, Grão da mesma mó, O novo normal. Fez também música para filmes, como Nós por cá todos bem e kilas, o mau da fita. Realizou ainda filmes e séries televisivas e participou em peças teatrais.

Sérgio Godinho Sérgio publicou alguns livros, tais como: As letras como poesia, O pequeno livro dos medos, Liberdade, O primeiro gomo da tangerina, Sérgio Godinho e as 40 ilustrações, Caríssimas canções, Vida dupla e Coração mais que perfeito.

Sérgio Godinho - Liberdade (ao vivo)

Trabalho realizado por Carlota Hora e Joana Emídio

Música "Liberdade"

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Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu a 6 de novembro de 1919, no Porto. Teve cinco filhos: Miguel Sousa Tavares, Isabel Sofia Andresen Sousa Tavares, Maria Andresen Sousa Tavares, Sofia Andresen Sousa Tavares, Francisco Xavier Andresen Sousa Tavares, e três netos. Em 1939 - 1940, estudou Filologia Clássica na Universidade de Lisboa. Publicou os primeiros versos em 1940, nos Cadernos de Poesia. Na sequência do seu casamento com o jornalista, político e advogado Francisco Sousa Tavares, em 1946, passou a viver em Lisboa e começou a escrever contos infantis. Além da literatura infantil, Sophia escreveu sobretudo poesia e ainda contos, artigos, ensaios e teatro.

A sua obra está traduzida em várias línguas e foi várias vezes premiada, tendo recebido, entre outros, o Prémio Camões 1999, o Prémio Poesia Max Jacob 2001 e o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana – a primeira vez que um português venceu este prestigiado galardão. Com uma linguagem poética quase transparente e íntima, ao mesmo tempo ancorada nos antigos mitos clássicos, Sophia evoca nos seus versos os objetos, as coisas, os seres, os tempos, os mares, os dias. Sophia faleceu aos 84 anos, no dia 2 de Julho de 2004, em Lisboa. Dez anos depois, em 2014, foram-lhe concedidas honras de Estado e os seus restos mortais foram trasladados para o Panteão Nacional.

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Sérgio de Barros Godinho, mais conhecido como Sérgio Godinho,&nbsp;nasceu no dia 31 de agosto de 1945, na cidade do Porto.&nbsp;

A mãe e o tio tinham tido formação musical, o que o influenciou em criança. Com o pai, que era um melómano, habituou-se desde pequeno a ouvir música francesa e anglo-saxónica.&nbsp; Aos 20 anos, deixou a licenciatura em Economia e partiu para o estrangeiro, por se recusar a participar na&nbsp;guerra colonial. O primeiro destino foi a Suíça, onde estudou Psicologia durante dois anos. O segundo foi França, tendo ficado alguns anos em Paris. Nesse país ensaiou as suas primeiras composições, na altura em francês.&nbsp; Em&nbsp;1971,&nbsp;fez a sua estreia discográfica com a edição do E.P.&nbsp;Romance de Um Dia na Estrada, a que se seguiu o seu primeiro L.P.,&nbsp;Os Sobreviventes (1972), com músicas como Que força é essa e Maré Alta. Três dias após a sua edição, o disco foi proibido, depois autorizado e novamente proibido. Apesar disso, recebeu o prémio da Imprensa para «Melhor autor do ano».

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Catarina Eufémia nasceu a 13 de fevereiro de 1928 em Baleizão, no distrito de Beja. Filha de camponeses sem terra, Catarina não andou na escola, sendo por isso analfabeta. Cedo começou a trabalhar à jorna, nos latifúndios, onde aprendeu tudo sobre os trabalhos no campo, desde a sementeira até à ceifa. Aos vinte e seis anos, Catarina tinha três filhos com António Joaquim do Carmo, operário da CUF (Companhia União Fabril).

A vida de Catarina teria sido anónima e esquecida como a de tantas outras mulheres, não fossem as circunstâncias trágicas da sua morte. A 19 de maio de 1954, durante uma manifestação de trabalhadoras agrícolas, estando grávida e com um filho de 8 meses ao colo, foi morta à queima roupa com três tiros, no Alentejo, numa carga policial que dispersava as manifestantes.

Henrique Carlos Malta Galvão nasceu no Barreiro a 4 de fevereiro de 1895, concluiu estudos na Escola Politécnica e seguiu a carreira militar onde foi oficial do exército. Foi apoiante de Sidónio Pais e participou como cadete no golpe de 28 de maio de 1926. Venerou Salazar até se desiludir com ele. Teve cargos públicos (direção da Emissora Nacional, responsável pela secção colonial da Exposição do Mundo Português em 1940) e participou e organizou a Administração das Colónias (foi, em 1934, deputado por Angola, depois governador de Huíla e Inspetor da Administração Colonial). Foi escritor com uma vasta bibliografia, tendo deixado alguns dos mais belos livros sobre a fauna e a zoologia africanas. Na década de 50, afasta-se da ditadura salazarista e apoia o candidato oposicionista Quintão Meireles nas eleições presidenciais de 1951. Conspira contra Salazar e surge relacionado com uma presumida insurreição ou intentona contra a ditadura, em 1952, sendo por isso preso pela PIDE e, consequentemente, expulso do exército. Em 1958, e enquanto detido, apoia a candidatura de Humberto Delgado. No ano seguinte consegue uma fuga espetacular do Hospital de Santa Maria, onde se encontrava hospitalizado e vigiado pela PIDE, por transferência da cadeia de Peniche, tendo-se refugiado, posteriormente, na embaixada da Argentina e seguindo depois para a Venezuela.

Em 1959, publica uma "Carta Aberta a Salazar", que é uma apreciação sarcástica e poderosa sobre o ditador e o Estado Novo, edição essa rapidamente apreendida pela PIDE, mesmo após várias tentativas de circulação.

Por essa altura, Henrique Galvão considerava que Portugal já estava preparado para uma revolução e que não havia tempo a perder. Continuando a sua luta no exílio, aparecendo em 1961 como principal instigador do assalto ao paquete Santa Maria, combate que fazia parte da "Operação Dulcineia" contra o regime. Mais tarde coorganiza a "Operação Vagô”, de que fez parte o desvio do avião da TAP que vinha de Casablanca (Marrocos). Torna-se, portanto, uma figura de destaque na luta antifascista em Portugal, marcando novos caminhos e ações de luta contra a ditadura. Morre em 1970, em São Paulo (Brasil). Em 1991, foi agraciado a título póstumo com a Grã-cruz da Ordem da Liberdade .

HENRIQUE GALVAO E PIRATAGEM NAVIO SANTA MARIA

José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos nasceu em Aveiro, no dia 2 de agosto de 1929, e faleceu a 23 de fevereiro de 1987, em Setúbal. Foi um cantor e compositor português, sendo conhecido por José Afonso e também, popularmente, por Zeca Afonso. Sendo um dos músicos de canções de raiz popular e de protesto mais influentes da história de Portugal, tornou-se um ícone em Portugal pelo papel da sua música na resistência ao regime ditatorial do Estado Novo. A canção Grândola, Vila Morena foi escolhida pelos militares revoltosos como senha da revolução, transmitida a partir do estúdio da Rádio Renascença, para confirmar que o início das operações militares estava em marcha, no golpe militar da manhã de 25 de abril de 1974 que conduziu à Revolução dos Cravos e à transição para a democracia em Portugal.

José Afonso Mário Soares Sérgio Godinho Otelo Saraiva de Carvalho Sophia de Mello Breyner Andresen Vasco Lourenço Humberto Delgado Manuel Alegre António de Spínola António Gedeão Salgueiro Maia Catarina Eufémia Maria Helena Vieira da Silva Manuel Freire José Mário Branco Henrique Galvão

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É um militar português na reserva que pertenceu à comissão política do Movimento das Forças Armadas (MFA) à época da Revolução dos Cravos.

Vasco Correia Lourenço nasceu a 19 de junho de 1942, em Castelo Branco. Ingressou na Academia Militar em 1960. Pertenceu à Infantaria, tendo combatido na Guerra Colonial, cumprindo uma comissão militar na Guiné, de 1969 a 1971. No dia 25 de Abril de 1974 era capitão nos Açores, sendo um membro ativo do Movimento dos Capitães.

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A sua reaproximação a Portugal apenas se verificou em 1974, depois de um pedido da poetisa e amiga Sophia de Mello Breyner para executar dois cartazes sobre o 25 de Abril. Vieira da Silva produziu um cartaz intitulado&nbsp;25 Abril 1974, e o outro,&nbsp;A poesia está na rua, editados pela Fundação Calouste Gulbenkian para assinalar o 25 de Abril de 1974, que refletem o seu interesse e apreço pela revolução dos cravos. A artista viu o seu trabalho reconhecido no seu tempo e continua a ser hoje uma das artistas mais celebradas na Europa do pós-guerra. Uma das suas obras mais caras designa-se O Incêndio, que foi recentemente avaliada em 2,3 milhões de euros.

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1957 Humberto Delgado

O General Humberto Delgado nasceu no dia 15 de maio de 1906, na pequena aldeia de Boquilobo, Torres Novas. Frequentou o Colégio Militar entre 1916 e 1922, e a Academia Militar entre 1922-1925. Em 1925, entrou na Escola Prática de Artilharia, em Vendas Novas. Entre 1932 e 1936, frequentou o Instituto de Altos Estudos Militares. Participou no Golpe Militar de 1926, que derrubou a República Parlamentar e, durante anos, apoiou as posições oficiais do regime salazarista. Contudo, os cinco anos que viveu nos&nbsp;Estados Unidos&nbsp;modificaram a sua forma de encarar a política portuguesa.

Convidado por opositores ao regime de Salazar para se candidatar à Presidência da República, em 1958, contra o candidato do regime&nbsp;Américo Tomás, Humberto Delgado reuniu em torno de si toda a oposição ao Estado Novo.

Numa conferência de imprensa da campanha eleitoral realizada em&nbsp;10 de Maio&nbsp;de&nbsp;1958&nbsp;no café&nbsp;Chave de Ouro em&nbsp;Lisboa, quando um jornalista lhe perguntou que posição tomaria em relação ao&nbsp;Presidente do Conselho Oliveira Salazar se ganhasse as eleições, respondeu com a frase "Obviamente, demito-o!". Esta frase incendiou os espíritos das pessoas oprimidas pelo regime salazarista que o apoiaram e aclamaram durante a campanha, com particular destaque para a entusiástica receção popular na&nbsp;Praça Carlos Alberto,&nbsp;no&nbsp;Porto,&nbsp;a 14 de Maio de&nbsp;1958.

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