COLORINDO OS SENTIMENTOS EM TEMPO DE PANDEMIA
Daniela G. P. Bagnasco
Vera Fátima da Silva
Professoras do 1°ano do E.F. I
Colégio São Luís
Vera Fátima da Silva
Professoras do 1°ano do E.F. I
Colégio São Luís
O último dia relativamente normal no colégio e na vida foi 13/03/2020. Na semana seguinte, a escola e as aulas já não eram as mesmas. Poucos alunos estiveram presentes dali em diante, devido à preocupação com a COVID-19. Nós, professoras, iniciamos o planejamento de atividades que pudessem ser realizadas em casa. Passamos a vivenciar um sentimento de incerteza e receio diante da produção de algo que nunca havíamos realizado antes.
A situação se apresentava sem grandes perspectivas, o que nos deixou assustados com o que viria pela frente. O mundo seria a referência. Nos sentíamos um pouco como um antropólogo, que se prepara para estudar uma cultura ou região, com amplo conhecimento sobre o assunto, mesmo ainda não o tendo vivido. Em seguida, vai ao trabalho de campo, para aproximar-se e adentrar a fundo naquela realidade.
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Deixamos tudo guardado como se fossemos voltar logo. Não perdemos as esperanças de que seria uma pequena pausa em nossa conhecida rotina, mas...Loading...
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... o tempo passou e foi preciso nos adaptar, principalmente ao isolamento físico, ao uso cada vez mais normal do plano virtual. O planejamento já se configurava de outra maneira, as conversas on-line intensificaram e o medo de não conseguir chegar perto do aluno começava a se delinear.Esse misto de angústia e vontade de aprender como melhorar as possibilidades de aulas, foi o impulso para desenvolver a cada semana uma programação mais assertiva. Mesmo assim, não foi fácil se expor, gravar vídeos, ouvir e falar a distância. Regular o tempo, que agora, se mostrava diferente em nossas vidas. A nossa casa era o limite, a fronteira e ao mesmo tempo um universo de possibilidades.
Conforme nos diz as reflexões de Cortella (2011), filósofo e educador, “( ) a própria palavra “educação” significa conduzir para um lugar diferente daquele que se está” (p.43), uma vez que o humano não nasce humano, mas se transforma em humano na vida social e histórica – produz e é produzido pela cultura! E neste caminho processual de “condução”, o papel do educador é essencial e precisa ser preservado, mesmo com essa distância imposta pelas circunstâncias vividas no mundo.
Como fazer? Como melhorar? Como envolver? Como compartilhar? Muitas perguntas e várias tentativas. Contudo, os mais frágeis nesse cenário, nossos alunos, logo se sentiram confortáveis para chegar, falar, receber e saber o que traríamos de novidade para as aprendizagens.
E são tão autênticos, tão flexíveis a ponto de nos assustar a naturalidade com que se misturam ao novo, tão profundamente novo.
Com a energia de nossos alunos, seguimos nos contagiando com o melhor das crianças: a autenticidade!
E são tão autênticos, tão flexíveis a ponto de nos assustar a naturalidade com que se misturam ao novo, tão profundamente novo.
Com a energia de nossos alunos, seguimos nos contagiando com o melhor das crianças: a autenticidade!
Essa autenticidade se mostrou nas Rodas de Conversa, momentos de encontro, partilha de conhecimentos e sentimentos. Todas essas experiências foram se tornando cada vez mais intensas à medida que o tempo passava. A emoção de começar de um novo jeito foi grande e uma nova assimilação aconteceu: aos poucos, esses encontros revelaram a oportunidade do olhar, tanto de um lado, quanto do outro.
A nossa missão estava dando frutos, estava sendo alcançada em sua função e intenção. O educador que precisa do educando e vice-versa, como em uma orquestra, em que cada um é parte do todo e a ação de cada um tem como resultado o melhor som, música, apresentação, interação.