Livro 5.º D

Viagem à volta da Terra com Fernão de Magalhães

Sabem...no tempo em que Fernão de Magalhães viveu, havia várias opiniões sobre a forma da terra, uns achavam que era plana, mas Magalhães apostava que era redonda como uma laranja. Ao consultar um mapa de um cosmógrafo alemão, descobriu uma passagem no continente americano que ligava dois oceanos, o Atlântico a outro desconhecido. O nosso navegador, acompanhado com o seu dedicado escravo Henrique, partiu para Sevilha, em Espanha, e foi apresentar o seu projeto ao imperador Carlos I, que ficou tão impressionado que até lhe prometeu cinco naus: San Antonio, Trinidad, Concepción, Victoria e Santiago com tripulação, armas e mantimentos para dois anos.&nbsp;

O livro digital que está prestes a ler, é o resultado de um caminho que os alunos do quinto ano percorreram com muito entusiasmo e vontade de aprender. Aceitamos o desafio da RBE «Navegar com a Biblioteca Escolar » para comemorar os 500 anos da Viagem de Fernão de Magalhães e, por outro lado, demos continuidade ao projeto «Construir saberes na Biblioteca Escolar.» Muitas foram as etapas percorridas. Ler uma obra literária, compreender a mensagem do texto, tomar notas, resumir, pesquisar para selecionar e retirar informação, escrever e reescrever textos narrativos, utilizar a Drive e o e-mail, trabalhar com o Storyboardthat. Podemos dizer que este livro é uma viagem dentro da viagem, pois os alunos embarcaram na descoberta de Fernão de Magalhães, fazendo eles próprios um caminho de construção de saberes e, sobretudo, aprenderam a construir laços com os colegas e professoras. Boas leituras

Viagem à volta da Terra com Fernão de Magalhães

Convém dizer que esta aventura também nos trouxe algumas desilusões! Quando viajávamos para sul, percebemos que, afinal, aquela torrente enorme de água, que o nosso navegador pensou ser a passagem, era de água doce e, como se não bastasse, estávamos no domínio de terríveis canibais. Já devem estar a imaginar o nosso desencanto! E o nosso terror!!! Continuamos a navegar para sul e o clima era cada vez mais agreste e mais frio. Que sofrimento! Pelo caminho vimos diversos animais, como albatrozes, focas e mais adiante uns muito estranhos a que deram o nome de pinguins. Estes eram seres tão engraçados! Pareciam pequenos homenzinhos vestidos de fato! Nesta viagem, tivemos que lutar com uma medonha tempestade, que até obrigou o nosso herói a esperar que o bom tempo voltasse. Como se não bastasse a invernia, ainda tínhamos de passar fome! A tripulação começa a revoltar-se, mas o nosso navegador rapidamente controlou a revolta.&nbsp;

A GRANDE AVENTURA DE FERNÃO de MAGALHÃES

Viagem à volta da Terra com Fernão de Magalhães

Eu, Antonio Pigafetta, que escrevi o diário de bordo desta viagem, posso informar-vos que a 6 de novembro de 1521 Sebastián&nbsp;Elcano e os seus homens chegaram&nbsp;às tão ambicionados ilhas Molucas. Carregaram uma nau de especiarias, principalmente cravinho e fizeram a viagem de regresso. Apesar da perda do nosso herói, foi preciso reunir forças e concluir a viagem!. Grandes homens! No dia 6 de Setembro de 1522 a nau Victoria, que tinha partido com duzentos e trinta homens, regressou a Espanha com apenas dezoito. Eu estava muito emocionado! E digo-vos, aprendi muito durante esta aventura! Muitos homens morreram, mas graças à persistência de Fernão de Magalhães foi possível fazer tão importante descoberta marítima – a viagem de circum-navegação.

Autores Afonso Dinis Ribeiro Alexandre Gomes da Silva, Ana Rita Correia, Ariana Teresa Fernandes, Beatriz Rodrigues da Silva, Camila Sousa e Castro, Ema Carolina Mota, Érica Dantas Dias, Francisca Sofia Fernandes, Francisco José Araújo e Silva, Gonçalo Dinis Ribeiro, Helena José Pinto, Íris da Costa, João Daniel Fernandes, João Miguel Viana, Leonor Meneses, Letícia Fernandes, Luana Maria Gomes, Margarida Correia, Maria Inês Correia, Maria João Reis, Maria Luísa Pinheiro, Mariana Cunha Faria, Rui Miguel Ribeiro, Sara Mendes, Simão Macedo, Soraia Ferreira, Tatiana Gonçalves

Projeto Ideias com Mérito - "Construir s@beres na Biblioteca Escolar" em articulação com as disciplinas de Português, HGP do 5.º ano Escola Básica Mosteiro e Cávado 2019/2020

Viagem à volta da Terra com Fernão de Magalhães

Navegamos, durante três meses e vinte dias, no Oceano Pacífico, onde as águas eram calmas e muito azuis. Avançamos durante dias e dias e não encontramos nada para nos abastecermos. Estávamos a ficar desesperados! A situação agravou-se porque a falta de alimentos e de condições de higiene provocou o aparecimento de uma doença terrível chamada escorbuto. Os nossos dentes caíam e as nossas gengivas inchavam. Alguns dias depois, aportamos numa ilha chamada Aguada dos Bons Indícios. Era de uma ilha assim que precisávamos! Aqui, encontramos excelente água, vestígios de ouro, corais e várias árvores de fruto. Foi um regalo! Que frutos saborosos! Seguimos viagem, já mais felizes, e avistamos, de noite, uma ilha luminosa que resolvemos visitar. Era Massana. Uma fantástica surpresa nos esperava. Henrique, o escravo de Magalhães, compreendia a língua que se falava nessa ilha e serviu-nos de intérprete. Já viram se ninguém percebesse o que os habitantes diziam?

Créditos Com recurso a ferramentas de criação de conteúdo digital: Book Creator StoryboardThat Imagem <a href="https://it.wikipedia.org/wiki/File:Antonio_pigafetta.png">https://it.wikipedia.org/wiki/File:Antonio_pigafetta.png</a> Referências bibliográficas: 500 anos da circum-navegação de Fernão Magalhães. SIC Notícias. Disponível em linha: <a href="https://sicnoticias.pt/pais/2019-08-10-500-anos-da-circum-navegacao-de-Fernao-Magalhaes">https://sicnoticias.pt/pais/2019-08-10-500-anos-da-circum-navegacao-de-Fernao-Magalhaes</a> ,consultado em: 10 de novembro de 2019 Cadilhe, Gonçalo - Nas Ilhas das Especiarias - Chegada dos Portugueses às Molucas. Disponível em linha: <a href="https://ensina.rtp.pt/artigo/na-rota-das-especiarias/">https://ensina.rtp.pt/artigo/na-rota-das-especiarias/</a>, consultado em: 26 de outubro de 2019 Claybourne, Anna - A história dos grandes exploradores. 2.ª ed., Texto, 2017. Kespert, Deborah - Explorar! As viagens mais perigosas de todos os tempos. 1.ª ed., Círculo de leitores, 2017. Ribeiro, João - Fernão de Magalhães- Eu não sirvo Castela, sirvo o mundo inteiro. 1.ª ed., Opera Omnia, 2017. Soares, Luísa - Fernão de Magalhães: o circum-navegador.1ª ed., APCC - Associação para a Promoção Cultural da Criança, 2018. Thomas, Isabel - Pequenos Livros sobre Grandes Pessoas: Fernão de Magalhães. 1.ª ed., Fábula, 2019.

Sou Antonio Pigaffeta, um nobre italiano entusiasmado pelo odor da aventura. Encontro-me em Sevilha, que é uma cidade fantástica, muito movimentada e com grandiosos monumentos. Mas o que mais me fascina são as naus imponentes que se encontram no porto. Uma delas chamou-me à atenção, pois faz-me lembrar a viagem que fiz no ano de 1519 com Fernão de Magalhães. Já ouviram falar deste importante navegador português? Gostavam de ouvir a sua fascinante história de vida? Adoro contar histórias e vou-vos contar esta. Este importante navegador nasceu numa linda manhã de primavera no dia 27 de abril no ano de 1480, na formosa vila de Sabrosa, pelo que dizem…Fernão de Magalhães pertencia a uma família da baixa fidalguia. Sabiam o que o levou a gostar do mar e das viagens? Foi o facto de todos os dias ir apreciar a beleza das naus. Via-as a serem construídas, via-as a partir para lugares desconhecidos e via-as a chegar com navegadores que voltavam como heróis. O nosso corajoso navegador tinha um espírito aventureiro e, aos 25 anos, realizou a sua primeira viagem a Malaca, onde fez uma importante compra. Um escravo a quem deu o nome de Henrique. Fernão de Magalhães não tinha papas na língua e, por isso, mantinha uma&nbsp;relação muito fria com o rei de Portugal D. Manuel. Farto da vida do palácio, decidiu procurar novas aventuras.

Nas muitas conversas que tive com o nosso herói, contou-me que em África ficou ferido a combater os mouros na batalha de Azamor. Incapacitado para a guerra, puseram-no a cuidar dos animais saqueados ao inimigo e ainda o acusaram de os roubar. Onde já se viu um homem daqueles a tomar conta de animais!? Querendo justiça, regressou a Lisboa para provar a sua inocência e pedir um aumento da sua mesada ao Rei D. Manuel. O rei não aceitou e mandou-o de volta para o seu posto em África. Coitado do homem que tanto pediu e nada conseguiu! Mais tarde, o nosso navegador regressou a Portugal e foi apresentar uma ideia ao rei, que podia dar muito certo e o deixaria rico. Mas, mais uma vez, o rei não aceitou. Eu acho este rei pouco aberto a aventuras e não conhecia verdadeiramente Fernão de Magalhães! Mas como o nosso homem é persistente, foi para Espanha apresentar a sua ideia ao rei D. Carlos. E sabem qual era a ideia? Chegar à ilha das Especiarias por ocidente, coisa que ainda ninguém tinha conseguido. Fernão de Magalhães consultou mapas secretos e falou com outros navegadores para se preparar para a viagem. Preparem-se que é agora que vai começar esta fantástica aventura.&nbsp;

&nbsp;Felicíssimo, o nosso herói começou a preparar a viagem. &nbsp;Para além da tripulação, levamos sal, mel, feijão, queijo, porcos e vacas vivas e muitos mais alimentos. Levamos também objetos para trocar com outros povos que encontrássemos. &nbsp;Eu tenho a sorte de também ir a bordo e poder registar, por escrito, todas as aventuras e todos os acontecimentos. Que serão muitos!!! &nbsp;No dia vinte de setembro de 1519, houve uma grande festa. As naus estavam engalanadas, os sinos tocavam, as mulheres despediam-se dos homens, os pais e mães despediam-se dos filhos. Foi uma despedida muito triste! Mas Fernão de Magalhães, nas suas vestes escuras, radiava alegria, porque ia concretizar o seu desejo. Ele e os seus homens tinham assistido a uma missa campal. Estávamos todos animados, porque íamos começar a grande viagem. Nem imaginam a emoção !! Passamos por Guiné Bissau, ilhas Canárias, Cabo Verde, Serra Leoa e entretanto, chegamos ao Brasil. Que paraíso! Gente acolhedora e sem maldade. O calor era tanto que, vejam só, até andavam nus! Enfeitavam-se com penas e lindas pinturas. Eles davam frutos aos marinheiros, canas doces e carne. Os europeus, em troca, davam-lhes anzóis, facas, e galinhas.

Após uma noite de violenta tempestade com fortes rajadas de vento, ondas altíssimas e assustadoras e com raios que iluminavam o céu negro, logo de manhã, quando o sol começou a raiar, vimos, ao longe, terra. Era a ilha de Mactan. Fomos mal recebidos, porque o rei daquela ilha não se queria submeter ao rei de Espanha. No dia vinte e sete de abril, ao fim da manhã, Fernão de Magalhães decidiu que devíamos incendiar as cabanas dos nativos, o que os enfureceu. Para se protegerem, usaram setas envenenadas e uma delas, atingiu Fernão de Magalhães.&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Nesta luta, deu-se um acontecimento trágico que terminou com a morte de Magalhães, o nosso conforto e o nosso verdadeiro guia! Não queiram saber o desgosto que foi! O grande aventureiro e grande herói tinha sido mesmo atingido mortalmente! Eu só espero que a fama de capitão tão nobre não se apague nunca mais! Agora, para mostrar ao mundo o valor deste homem, é que os meus registos&nbsp;no diário de bordo não podem parar! Depois da morte de Magalhães, o seu escravo Henrique, de quem o nosso herói tanto gostava e lhe tinha prometido liberdade, foi maltratado pelos Europeus.

Fernão de Magalhães não sossega, enquanto não encontra o tal estreito que liga os oceanos e, nem as terras geladas, por onde passamos, nem o frio com muita neve e granizo que se sentia, o fizeram parar. Nos meses de inverno, a tripulação não ficava parada: remendou as velas, consertou os barcos e abasteceu-se de água e lenha. Os habitantes daquela região eram verdadeiramente estranhos, muito grandes e com pés que pareciam patas. O nosso herói, que é um génio, deu àquela terra o nome de Patagónia. Para reconhecimento de uma nova rota, Fernão de Magalhães mandou o mais pequeno dos seus barcos fazer uma exploração e ordenou, também, que duas naus, a San António e Concepcíon, pesquisassem a zona. Depois de muito navegarmos, no dia 28 de novembro de 1520, ficamos muito felizes porque finalmente descobrimos o estreito e chegamos a um oceano muito calmo a que Fernão de Magalhães deu o nome de Pacífico. Parece que estou a ver a expressão de alegria estampada no rosto do nosso herói!&nbsp;

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