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A Literatura Medieval

by Maria Lucia Barcellos

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Comic Panel 1
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Literatura
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Suas Fases
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M.L Barcellos
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Maria Lucia Barcellos
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1
Trovadorismo
CAPÍTULO 1
O trovadorismo surgiu na região de Provença, na França, se espalhou por quase todo território Europeu tendo seu declínio no século XI. Quem escrevia as composições eram chamados de trovadores. Quem cantava ou recitava os poemas era chamado de Jogral.

No trovadorismo, música e a poesia eram extremamente ligadas. Os poemas e os versos que eram recitados estavam sempre seguidos de música e instrumentos musicais (viola, lira, flauta e harpa). Por isso, eram chamados de cantigas trovadorescas. Existiam coletâneas das cantigas que eram chamadas de cancioneiros, as mais conhecidas são: Cancioneiro da Biblioteca de Lisboa e o Cancioneiro da Vaticana.
O trovadorismo era dividido em dois gêneros distintos: o lírico e o satírico. No trovadorismo lírico existiam as cantigas de amor e de amigo, que falavam das sensações e os sentimentos que existia nas relações. As produções do trovadorismo geralmente eram voltadas para temas que envolvessem amor e sofrimento amoroso. Já o trovadorismo satírico tem como característica o humor ácido e debochado. Ele fazia críticas a sociedade feudal da época. As cantigas satíricas eram divididas em cantigas de escárnio e cantigas de maldizer. Ambas as cantigas faziam sátiras ou deboche, porém existia uma diferença em relação como a sátira era feita. A cantiga de escárnio tinha um tom mais leve e a cantiga de maldizer era direta e ácida.
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O trovadorismo surgiu na região de Provença, na França, se espalhou por quase todo território Europeu tendo seu declínio no século XI. Quem escrevia as composições eram chamados de trovadores. Quem cantava ou recitava os poemas era chamado de Jogral.

No trovadorismo, música e a poesia eram extremamente ligadas. Os poemas e os versos que eram recitados estavam sempre seguidos de música e instrumentos musicais (viola, lira, flauta e harpa). Por isso, eram chamados de cantigas trovadorescas. Existiam coletâneas das cantigas que eram chamadas de cancioneiros, as mais conhecidas são: Cancioneiro da Biblioteca de Lisboa e o Cancioneiro da Vaticana.
O trovadorismo era dividido em dois gêneros distintos: o lírico e o satírico. No trovadorismo lírico existiam as cantigas de amor e de amigo, que falavam das sensações e os sentimentos que existia nas relações. As produções do trovadorismo geralmente eram voltadas para temas que envolvessem amor e sofrimento amoroso. Já o trovadorismo satírico tem como característica o humor ácido e debochado. Ele fazia críticas a sociedade feudal da época. As cantigas satíricas eram divididas em cantigas de escárnio e cantigas de maldizer. Ambas as cantigas faziam sátiras ou deboche, porém existia uma diferença em relação como a sátira era feita. A cantiga de escárnio tinha um tom mais leve e a cantiga de maldizer era direta e ácida.
Comic Panel 1
Os trovadores – quem escrevia as cantigas – compunham as cantigas de amor na primeira pessoa, e era comum eles se colocarem em uma posição de inferioridade submissão em relação à pessoa amada. 

Esse tipo de cantiga existia uma grande tendência de veneração e adoração à mulher amada, que geralmente era inalcançável da mesma forma como o amor idealizado. 

No trovadorismo o amor descrito tinha muita e cortesia, porém era sofrido e possuía aspecto de um amor inalcançável ou não correspondido.

Veja esse exemplo de cantiga de amor:

"Estes meus olhos nunca perderan,
senhor, gran coyta, mentr’ eu vivo fôr;
e direy-vos, fremosa mia senhor,
d’estes meus olhos a coyta que an:
choran e cegan, quand’alguen non veen,
e ora cegan por alguen que veen.

Guisado teen de nunca perder
meus olhos coyta e meu coraçon,
e estas coytas, senhor, mias son:
mays los meus olhos, por alguen veer,
choran e cegan, quand’alguen non veen,
e ora cegan por alguen que veen.

E nunca ja poderey aver ben,
poys que amor já non quer nen quer Deus;
mays os cativos d’estes olhos meus
morrerán sempre por veer alguen:
choran e cegan, quand’alguen non veen,
e ora cegan por alguen que veen."
Os trovadores – quem escrevia as cantigas – compunham as cantigas de amor na primeira pessoa, e era comum eles se colocarem em uma posição de inferioridade submissão em relação à pessoa amada. 

Esse tipo de cantiga existia uma grande tendência de veneração e adoração à mulher amada, que geralmente era inalcançável da mesma forma como o amor idealizado. 

No trovadorismo o amor descrito tinha muita e cortesia, porém era sofrido e possuía aspecto de um amor inalcançável ou não correspondido.

Veja esse exemplo de cantiga de amor:

"Estes meus olhos nunca perderan,
senhor, gran coyta, mentr’ eu vivo fôr;
e direy-vos, fremosa mia senhor,
d’estes meus olhos a coyta que an:
choran e cegan, quand’alguen non veen,
e ora cegan por alguen que veen.

Guisado teen de nunca perder
meus olhos coyta e meu coraçon,
e estas coytas, senhor, mias son:
mays los meus olhos, por alguen veer,
choran e cegan, quand’alguen non veen,
e ora cegan por alguen que veen.

E nunca ja poderey aver ben,
poys que amor já non quer nen quer Deus;
mays os cativos d’estes olhos meus
morrerán sempre por veer alguen:
choran e cegan, quand’alguen non veen,
e ora cegan por alguen que veen."
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Houve grande número de autores das cantigas galego-portuguesas, parte deles de origem desconhecida, anônima. Sabe-se, contudo, que a arte trovadoresca é, em sua grande maioria, de autoria dos grandes senhores medievais ibéricos. Além dos trovadores, havia também os jograis, autores que provinham das classes populares, que não apenas interpretavam as cantigas mas também as compunham.
Dos autores mais conhecidos, destacam-se João Soares de Paiva, autor mais antigo presente nos manuscritos, João Zorro, Martin Codax, Paio Soares de Taveirós, João Garcia de Guilhade, Vasco Martins de Resende e os reis D. Dinis I e Afonso X.
As obras do trovadorismo constituem de pergaminhos e manuscritos. O que chegou até nossos dias está compilado nos Cancioneiros. São mais conhecidos os pergaminhos Vindel e Sharrer, por possuírem notação musical. Com base neles, foram feitas gravações contemporâneas de algumas cantigas, como “Ondas do mar de Vigo”, do jogral Martin Codax, permitindo que possamos ouvir as cantigas conforme foram idealizadas por seus autores.
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