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Miguel Torga

by Paula Freitas

Pages 2 and 3 of 14

Bem-vindos ao mundo do escritor Miguel Torga.
Speech Bubble
Quem é este homem?
Que mensagens nos deixou nas suas obras?
Porque o queremos conhecer?
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Miguel Torga é pseudónimo de Adolfo Correia da Rocha.
Vê, no vídeo, as razões pelas quais escolheu o seu pseudónimo.
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Prepara a declamação deste poema de Miguel Torga, "No meu jardim".
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As suas raízes transmontanas estão patentes nas suas obras, nomeadamente na ligação à terra, aos animais, à vida que brota todos os dias.
Comic Panel 1
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Uma das suas obras mais conhecidas chama-se Bichos. Vais conhecer, este ano, um dos contos desta obra, com o nome "Miura".
Antes disso, observa o vídeo sobre os contos de Bichos.
Tendo animais como personagens, perceberás a sociedade de então (e de hoje), pela visão de Torga.
Comic Panel 2
O texto (com supressões) que vais ler na página a seguir tem palavras e expressões destacadas que te ajudarão, desde já, a focares-te em momentos que são essenciais para compreenderes o conto integral que vamos ler na aula. Prepara-te para um debate com os teus colegas. 🙋‍♂️🙋‍♀️
Miguel Torga “Miura”
(com supressões)

(...) Um ser livre e natural, um ________? nado e criado na lezíria ribatejana, de gaiola como um passarinho, condenado a divertir a multidão! (...)
Os homens, só assim: ou montados em cavalos velozes e defendidos por arame farpado, ou com sebes de cimento armado entre eles e a razão dos mais...
Palmas e música lá fora. (...)
Refrescou as ventas com a língua húmida e tentou regressar ao paraíso perdido.
A planície...
O senhor homem sabia bem quando e como as fazia. Mas por que razão o espetava daquela maneira?
(...) Nova picada no lombo. (...)
Urinou sem querer.
Gritos da multidão. (...)
Com ar de quem joga a vida, o manequim de lantejoulas caminhava sempre. (...)
A multidão dava palmas. (...)
À suprema humilhação de estar ali, juntava-se o escárnio de andar a marrar em sombras. (...) Que a sua raiva atingisse ao menos o alvo. (...)
Esperou. O homem ia desafiá-lo certamente outra vez. (...)
De novo, porém, a nuvem vermelha apareceu. E de novo Miura gastou nela a explosão da sua dor.
Palmas, gritos. (...)
Não trouxesse ele o pano mágico, e veríamos!
Não trazia. E, por isso, quando se encontraram e o outro lhe pregou no cachaço, fundas, dolorosas, as duas farpas que erguia nas mãos, tinha-lhe o corno direito enterrado na fundura da barriga mole. (...)
Protestos da assistência. (...)
Parou. Mas não acabaria aquele martírio? Não haveria remédio para semelhante mortificação? (...)
Quando? Quando chegaria o fim de semelhante tormento? (...)
Quê?! Pois poderia morrer ali, no próprio sítio da sua humilhação?! Os homens tinham dessas generosidades?!
Calada, a lâmina oferecia-se inteira.
Calmamente, num domínio perfeito de si, Miura fitou-a bem. Depois, numa arremetida que parecia ainda de luta e era de submissão, entregou o pescoço vencido ao alívio daquele gume.
Miguel Torga, Bichos

Ler mais: https://portugues7.webnode.pt/news/miguel-torga-miura-/
Questionário sobre o excerto apresentado.
Escuta, seguindo pelo manual, o conto integral.
Este touro pode ser Miura...
Observa o vídeo e reflete. Apresentarás à turma a TUA posição relativamente ao que vais ver. (As imagens podem ferir a suscetibilidade dos leitores mais sensíveis.)
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