Loading...
Semana da Ciência e Tecnologia Loading...
Quase ciência,quase poesia...
Loading...
21 a 25 de novembro de 2022Loading...
Loading...
Loading...
Ciência...
Ai ciência que seduzes
Na procura incessante
Numa busca constante
Onde a meta
Que se busca
Que alma alguma ofusca
Onde a verdade vibrante
Será sempre a primeira
Na certeza iluminada
A mente que procura.
Na ciência viva
A certeza vive
Se constrói e reluz
Na procura incessante
Numa busca constante
Onde a meta
Que se busca
Que alma alguma ofusca
Onde a verdade vibrante
Será sempre a primeira
Na certeza iluminada
A mente que procura.
Na ciência viva
A certeza vive
Se constrói e reluz
Buscando a vitoriosa verdade
Contra a mentira altaneira
A procura que admira
Não absoluta nem ofuscada
Será verdade iluminada
Ai ciência das vitórias
Dos prémios e vitórias
Que nos constrói as memórias
Na busca sempre inaudita
Duma verdade expedita
Visionada na razão de viver
Ai ciência que seduzes.
Iara Madureira
11°D
Sigamos o cherne!
(Depois de ver o filme "O Mundo do Silêncio" de Jacques-Yves Cousteau)
Sigamos o cherne, minha amiga!
Desçamos ao fundo do desejo
Atrás de muito mais que a fantasia
E aceitemos, até, do cherne um beijo,
Senão já com amor, com alegria...
Em cada um de nós circula o cherne,
Quase sempre mentido e olvidado.
Em água silenciosa de passado
Circula o cherne: traído
Peixe recalcado...
Sigamos, pois, o cherne, antes que venha,
Já morto, boiar ao lume de água,
Nos olhos rasos de água,
Quando, mentido o cherne a vida inteira,
Não somos mais que solidão e mágoa...
Alexandre O’Neil
Sigamos o cherne, minha amiga!
Desçamos ao fundo do desejo
Atrás de muito mais que a fantasia
E aceitemos, até, do cherne um beijo,
Senão já com amor, com alegria...
Em cada um de nós circula o cherne,
Quase sempre mentido e olvidado.
Em água silenciosa de passado
Circula o cherne: traído
Peixe recalcado...
Sigamos, pois, o cherne, antes que venha,
Já morto, boiar ao lume de água,
Nos olhos rasos de água,
Quando, mentido o cherne a vida inteira,
Não somos mais que solidão e mágoa...
Alexandre O’Neil
Ciência ou poesia?
Entre focos de prazer:
ciência ou poesia,
pergunto, o que fazia
se tivesse de escolher.
Ciência e poesia…
acho que me apetecia
fazer desta maneira:
as duas na algibeira!
A ciência escolheria
Se quisesse mais rigor,
com saber eu saberia
como cresce uma flor.
E olhando essa flor
a colhesse com alegria
e oferecesse em amor,
embrulhava em poesia…
Se em vez de perceber
eu quisesse antes dizer
o que a fórmula não diria,
escolheria então a poesia…
Não vou escolher, mas juntar
Trago ciência e poesia.
Ciência é luz a brilhar,
poesia é luz no meu dia.
ciência ou poesia,
pergunto, o que fazia
se tivesse de escolher.
Ciência e poesia…
acho que me apetecia
fazer desta maneira:
as duas na algibeira!
A ciência escolheria
Se quisesse mais rigor,
com saber eu saberia
como cresce uma flor.
E olhando essa flor
a colhesse com alegria
e oferecesse em amor,
embrulhava em poesia…
Se em vez de perceber
eu quisesse antes dizer
o que a fórmula não diria,
escolheria então a poesia…
Não vou escolher, mas juntar
Trago ciência e poesia.
Ciência é luz a brilhar,
poesia é luz no meu dia.
João Paiva, in Quase ciência quase química
Minuciosa formiga
Minuciosa formiga
não tem que se lhe diga:
leva a sua palhinha
asinha, asinha.
Assim devera eu ser
e não esta cigarra
que se põe a cantar
e me deita a perder.
Assim devera eu ser:
de patinhas no chão,
formiguinha ao trabalho
e ao tostão.
Assim devera eu ser
se não fora não querer.
Alexandre O´Neill
não tem que se lhe diga:
leva a sua palhinha
asinha, asinha.
Assim devera eu ser
e não esta cigarra
que se põe a cantar
e me deita a perder.
Assim devera eu ser:
de patinhas no chão,
formiguinha ao trabalho
e ao tostão.
Assim devera eu ser
se não fora não querer.
Alexandre O´Neill
Tenho uma grande constipação
Tenho uma grande constipação,
E toda a gente sabe como as grandes constipações
Alteram todo o sistema do universo,
Zangam-nos contra a vida,
E fazem espirrar até à metafísica.
Tenho o dia perdido cheio de me assoar.
Dói-me a cabeça indistintamente.
Triste condição para um poeta menor!
Hoje sou verdadeiramente um poeta menor.
O que fui outrora foi um desejo; partiu-se.
Adeus para sempre, rainha das fadas!
As tuas asas eram de sol, e eu cá vou andando.
Não estarei bem se não me deitar na cama.
Nunca estive bem senão deitando-me no universo.
Excusez un peu... Que grande
constipação física!
Preciso de verdade e da aspirina.
Álvaro de Campos
E toda a gente sabe como as grandes constipações
Alteram todo o sistema do universo,
Zangam-nos contra a vida,
E fazem espirrar até à metafísica.
Tenho o dia perdido cheio de me assoar.
Dói-me a cabeça indistintamente.
Triste condição para um poeta menor!
Hoje sou verdadeiramente um poeta menor.
O que fui outrora foi um desejo; partiu-se.
Adeus para sempre, rainha das fadas!
As tuas asas eram de sol, e eu cá vou andando.
Não estarei bem se não me deitar na cama.
Nunca estive bem senão deitando-me no universo.
Excusez un peu... Que grande
constipação física!
Preciso de verdade e da aspirina.
Álvaro de Campos