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Maria Quitéria na Sala de Aula

by Emily Hartz

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FAILUTTI, Domenico. Maria Quitéria, 1920, 233x133 cm.
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Boletim informativo do Movimento Feminino pela Anistia de São Paulo
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MARIA QUITÉRIA
NA SALA DE AULA
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Monumento a Maria Quitéria em Salvador-Bahia de José P. Barreto (21 de agosto de 1953 – inauguração). 
Foto: Joa Souza / Shutterstock.com
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Selo Centenário da Morte de Maria Quitéria de Jesus
Maria Quitéria na sala de aula
Criação e organização: Emily Hartz
Orientadora: Carmem Zeli de Vargas Gil
Material didático sobre mulheres na Independência produzido para professores e professoras da educação básica
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0
SUMÁRIO
1. Apresentação ..................................... 4
2. Considerações sobre a Independência
na historiografia .................................... 6
3. Maria Quitéria nos quadrinhos ........... 12
4. Maria Quitéria na animação ................ 20
5. Maria Quitéria na sala de aula ............ 24
5.1. Mulheres negras,
indígenas e brancas .......................... 27
5.2. Que tal abordar a Independência do Brasil destacando a participação das mulheres? ........................................ 40
5.3. Que tal pensarmos como as ações de mulheres que lutaram na Independência são mobilizadas no presente? ......................................... 44
6. Conclusão .......................................... 54
7. Referências Bibliográficas ................... 56
8. Agradecimentos .................................. 58
APRESENTAÇÃO
Maria Quitéria na Sala de Aula é um material didático que dialoga com o processo de Independência do Brasil, a partir de um olhar que destaca a participação das mulheres. Teve como inspiração os quadrinhos “Maria Quitéria, a Injustiçada", elaborado por Eduardo Kruschewsky e Antonio da Silva e ilustrado por Luiz Cleiton Mascarenhas Leite. 

Os quadrinhos foram baseados no conto "Maria Quitéria, a Injustiçada”, extraído do livro "Contos, Crônicas... & Uma História de Vida" de Eduardo Kruschewsky publicado pela Editora Independente em 2008. 

Nos quadrinhos, os autores feirenses resgatam a história de Maria Quitéria, uma das figuras mais conhecidas na luta pela independência na Bahia que combateu junto ao Batalhão de Voluntários do Príncipe, conhecido como Batalhão dos Periquitos. Maria Quitéria alistou-se ao exército assumindo uma identidade masculina, utilizando as roupas e o sobrenome do seu cunhado, apresentando-se como soldado Medeiros. Devido as suas habilidades e proficiência em combate e armas, logo teve destaque e espaço importante no batalhão, o que permitiu que, quando descoberta sua identidade, tenha sido concedida permissão para sua continuação no batalhão.
Ao abordar a história da combatente, Kruschewsky traz um retrato sobre o contexto histórico-social da época, permitindo conhecermos as dimensões do processo de Independência a partir dos combates na Bahia entre lusitanos e baianos e reconhecer os participantes deste processo, evidenciando a presença das mulheres no conflito.

Com base nos quadrinhos, elaboramos o material didático para aprofundar as questões apresentadas por Kruschewsky e Silva, buscando ampliar a abordagem comumente encontrada nos livros didáticos de uma Independência feita, exclusivamente, por homens. Portanto, o material foi construído em torno da história de Maria Quitéria, mas ampliado para debatermos a participação de mulheres na Independência e os usos políticos do passado. Para isso, nos apoiamos no estudo de Raphael Pavão Rodrigues Coelho “A memória de uma heroína: a construção do mito de Maria Quitéria pelo exército brasileiro (1953)”. 

A pergunta que orienta este material didático é como relacionar as histórias construídas sobre Maria Quitéria com o contexto da participação feminina no processo de Independência. Para construir uma resposta possível a este questionamento, organizamos o material em quatro tópicos: Considerações sobre a Independência na historiografia, Maria Quitéria nos Quadrinhos, Maria Quitéria na Animação e Maria Quitéria na sala de aula.
CONSIDERAÇÕES SOBRE A INDEPENDÊNCIA NA HISTORIOGRAFIA
Com a aproximação do bicentenário da Independência, debates sobre as dimensões do processo e seus protagonistas reacendem. Mesmo após os 200 anos deste processo que datou a separação de Brasil e Portugal, voltar a este passado é um movimento importante para pensarmos nas fundações da ideia do Brasil e na relação do conhecimento deste passado articulado com os interesses do presente. 

A independência nunca deixou de ser um tema central para compreendermos as especificidades da sociedade brasileira e algumas ideias que circulam no imaginário social, os estudos da história da independência brasileira serviram e continuam a servir de pretexto para que o Brasil olhasse para si mesmo, como comenta João Paulo Pimenta (2022, p. 130).

Na historiografia, a cada nova geração de historiadores novas perspectivas são apontadas nos estudos renovando a debates mais plurais e complexificados. Com as influências da história social no século XX que privilegiava a experiência histórica de outros sujeitos em contraposição a individualização e heroificação de personagens, a abordagem historiográfica ganhou estes enfoques mais diversos e plurais.
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