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Registro Acadêmico

by Lidiane e Nathalia

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Registro Acadêmico e reflexões sobre metodologias em tempo de aprendizagem on-line
Componente Curricular
NATUREZA E SOCIEDADE
PRÉ I
Professoras Lidiane Consalter e Nathalia Aquino
Coordenadores: Denise Curi e Max Rocha

Junho/2020
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Nathalia Gomes Aquino, 29 anos. Pós-graduada em Neurociência aplicada à Educação. Pós-graduada em Gestão Escolar. Graduada em Pedagogia. Formada em Magistério. 13 anos atuando na área da Educação. Professora há 6 anos no Colégio São Luís.
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Lidiane Gentil Consalter, 25 anos. Pós-graduada em Neurociência e Psicologia Aplicada à Educação. Pós-graduada em Metodologias Ativas em Sala de Aula. Graduada em Pedagogia. Ex-aluna do Colégio São Luís. 9 anos atuando na área da Educação. Professora há 5 anos na Instituição.
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Registro Acadêmico e reflexões sobre metodologias em tempo de aprendizagem on-line
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Lidiane Consalter e Nathalia Aquino
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    O ano de 2020 chegou. Não um ano novo qualquer, mas aquele ano tão esperado pela equipe do Colégio São Luís, que já há alguns anos trabalhava incessantemente à luz da missão jesuíta de “estarmos atentos aos sinais dos tempos e a não nos conformarmos com o mundo, mas transformá-lo” (PEC, 2016). Com este pensamento em mente, os anos que precederam 2020 foram intensos, visando a ressignificação da proposta pedagógica. 
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 Enfim ele chegou, mas não veio sozinho. Chegou trazendo uma bagagem de expectativas. Expectativas relacionadas à nova sede, à aplicação da nova Matriz Curricular, à proposta de educação integral e, por consequência, ao trabalho em período integral. Tais expectativas já seriam suficientes para tornar 2020 um ano atípico e repleto de desafios, para além daqueles que já faziam parte de cada início de ano letivo dos docentes.  
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      No entanto, o ano tão esperado nos trouxe um episódio que, em meados de fevereiro, ainda não havia se revelado como o maior desafio que enfrentaríamos nesse período: uma pandemia! 
      Ainda no início do ano, alunos e professoras estavam adaptando-se e encantando-se com o novo espaço de convivência e aprendizagem. Mas, em março, nos deparamos com a necessidade de isolamento físico. Inevitavelmente, a notícia impactou bruscamente na Educação. Como promover Educação a Distância? E, principalmente, como promover Educação a Distância para crianças de Pré I?   
 Inicialmente, acreditando que o retorno seria em breve, promovemos o envio de roteiros de estudo às famílias para suprir os dias em que estaríamos distantes das salas de aula. No entanto, aceleradamente, o novo coronavírus se disseminou e passou a contagiar um elevado número de pessoas, fazendo com que nossa expectativa fosse postergada.  
Vídeo - Início do isolamento físico
        Sem perspectiva de uma data de retorno, se fez necessário encontrar meios para estabelecer contato com os discentes, a fim de manter os laços criados. Passamos, então, a produzir vídeos acolhedores e de orientação referentes aos roteiros de estudo elaborados. Posteriormente, em pouco tempo, demos início às aulas virtuais, realizando, semanalmente, dois encontros com a turma (dividida, em cada encontro, em quatro pequenos grupos com cinco crianças cada), para uma “roda de conversa”, a fim de partilhar ideias, sentimentos, ou seja, restabelecer o vínculo entre professor e aluno, bem como entre pares.  
        Previamente, enviamos às famílias uma tabela organizada com as datas, divisão de grupos e temas a serem explorados em cada encontro, assim como orientações para que esses momentos pudessem ocorrer com tranquilidade, uma vez que colocar crianças frente à tela para uma “videoconferência” seria novidade para todos. Inegável foi o nosso frio na barriga nas noites que antecederam tais encontros. E, para uma primeira experiência, o resultado foi positivo. A divisão estratégica de reunir pequenos grupos foi benéfica para promover espaços de escuta e acolhimento a todos.  
      Após a primeira semana, na qual promovemos nas rodas de conversa um momento de partilha com o grupo a fim de retomar o contato entre professor e aluno e entre pares,  passamos a propor, também, propostas lúdicas que fossem viáveis de serem realizadas a distância e abordassem algumas das habilidades referentes às expectativas da série, como um caça às formas geométricas, caça aos objetos com determinadas cores, bingo de nomes, números etc., intensificando a intencionalidade pedagógica nos encontros.  
        As propostas mostravam-se interessantes e envolviam os discentes. Mas, não satisfeita com as brincadeiras que visavam ao desenvolvimento de habilidades essenciais para a série, a equipe sentiu a necessidade de pensar em propostas que atendessem às necessidades específicas de cada componente: Língua Portuguesa, Matemática e Natureza e Sociedade.  
    Falando especificamente do nosso componente de planejamento, Natureza e Sociedade, trata-se de uma área do conhecimento em que observação, ação e interação são imprescindíveis. Holt (1976) nos traz uma pergunta de importante reflexão para a educação, e nesse caso, para o estudo da Natureza e Sociedade: “Por que não transformar as escolas em lugares em que as crianças sejam permitidas, incentivadas e (se e quando pedirem) ajudadas a explorar e a compreender o mundo ao seu redor [...] de maneiras que levem em conta os interesses delas?”. 
        Tal questão vem ao encontro da nossa concepção de trabalho de Natureza e Sociedade, no qual a investigação, deve, por si só, valorizar o interesse das crianças e, principalmente, a curiosidade. E, partindo do pressuposto de que a curiosidade é intrínseca à criança, dessa forma, é necessário propiciar situações significativas para que ela possa explorar e experienciar, confrontar suas hipóteses e ser capaz de desenvolver e sistematizar conhecimentos. 
        Mas, agora, o desafio seria ainda maior: como transformar o meio virtual em um meio atrativo e de experiências significativas, em que a curiosidade e experimentação permeasse as propostas realizadas? Desse modo, ainda que promovendo Educação a Distância, não podíamos nos esquecer de que Natureza e Sociedade tem com premissa observação, investigação e elaboração de hipóteses e que, conforme nos traz o Referencial Curricular Nacional, 
É também por meio da possibilidade de formular suas próprias questões, buscar respostas, imaginar soluções, formular explicações, expressar suas opiniões, interpretações e concepções de mundo, confrontar seu modo de pensar com os de outras crianças e adultos, e de relacionar seus conhecimentos e ideias a contextos mais amplos, que a criança poderá construir conhecimentos cada vez mais elaborados. (1998, p.172) 
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