escrita criativa com a temática da liberdade, para participação no concurso concelhio "Microcontos de abril".

Microcontos de abril

A mudança 	&nbsp; Porto, 26 de outubro de 1973. Duas bombas rebentaram, uma no quartel onde Silva assentava praça. Era o prenúncio da mudança. Meses depois, na manhã do 25 de abril, o jovem soldado dormia em casa quando foi acordado pela mãe, regressada à pressa do mercado com uma notícia urgente: começara a revolução. Sem hesitar, acorreu ao quartel, onde pairava incerteza. “Aderes ou não aderes”, interrogaram-no. Com determinação, respondeu afirmativamente. Num instante, militares e povo uniram-se. Passaram-se décadas, mas as memórias daqueles dias perduram, como testemunhas duma época onde as vozes foram libertadas e os sonhos despertaram. 	&nbsp; João Oliveira 6.º C

Gerar abril 50 anos de ti, 50 anos de mim, não sei bem por quanto tempo será assim mas parece que ainda estou dentro de ti, mãe, no conforto das mil águas de abril. Ahhh… gestação que tão bem combina com formação e com evolução. De facto, a nossa ligação não poderá ser menor que a pátria que nos une: Mãe, Pai, Portugal… Coincidências, incidências, palavras ou expressões, o povo é quem mais ordena e jamais a nossa nação poderá deixar de gerar abril! Raquel Mortágua professora Grupo 910

Nós, as palavras proibidas - Sou a Liberdade, um sentimento inexplicável.&nbsp; Talvez, para aqueles que sempre me tiveram, eu não seja significativa. Porém, para quem teve de me conquistar, sou um tesouro de imenso valor. Durante uma época, nunca pude ser pronunciada! - Nós, a Igualdade e a Democracia, também tivemos o mesmo problema. De cada vez que éramos soltas, alguém era punido! - A Revolução do 25 de Abril foi oportuna para nós, pois, finalmente, pudemos ser pronunciadas, mas, sobretudo, ajudou os nossos conquistadores, fazendo-os viver livremente, expressando as suas próprias opiniões, sem medo. Beatriz Peixoto e Inês Ribeiro 9.º C

Cravos com asas No século passado, vivia um senhor ditador em Portugal. Ele aterrorizou os habitantes e assombrou as cidades. O povo não podia ouvir as músicas que queria. As mulheres eram obrigadas a ficar em casa. Mas, o que era muito difícil para os pais, era ver os filhos partir para guerras em países longínquos. Num dia de abril, os cravos, encorajados pelos soldados que saíram dos quartéis, ganharam asas e invadiram as praças de Lisboa. Foi um dia mágico, porque os homens voltaram das guerras e juntaram-se às suas famílias. Nesse dia, nesse país, nasceu a Democracia. 	&nbsp; Afonso de Almeida Pinho 3.º ano, EB1 Casaldelo

Foi assim que eu saí Foi assim que eu saí. O silêncio ecoava, o medo aterrorizava-nos, poderia ser qualquer uma de nós a ser presa:&nbsp; injustiça, igualdade, revolução, revolta. Um lápis azul cobria-nos e caíamos no esquecimento. Perguntava-me o porquê de não fazerem nada por nós, de não lutarem por nós, e de viverem a evitar-nos.&nbsp; Ouvi-a a chegar. Depois de muitos anos, fui tirada da prateleira empoeirada, gritada até que os pulmões falhassem, libertada de tantos anos escondida, e sou grata por poder sair do esquecimento. Afinal, sou a Liberdade. Eduarda Amado 9.º C

O rei das folhas O rei das folhas gostava muito de mandar e obrigava-as a abanarem-se para ele ficar mais forte e ter mais poder. Quando havia chuva, não as deixava ouvir a sua música, nem dançar. Tinha medo que, se elas se abanassem muito, pudessem soltar-se das árvores e fugir, apesar de haver muitos guardas que as controlavam, até a dormir. Então, elas queixaram-se à floresta que o rei era mandão e não as deixava ter liberdade. Um dia, todo o reino da Natureza ajudou as folhas a derrotá-lo, votando num rei generoso que lhes deu a liberdade. 	&nbsp; Mariana Fonseca Ferreira 3.º ano, EB1 Carquejido 	&nbsp;

PREFÁCIO No âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, a Rede de Bibliotecas de S. João da Madeira lançou um desafio aos Agrupamentos: concurso de escrita de microcontos, máximo de 100 palavras, com o tema “Liberdade”. O público-alvo do concurso seria toda a comunidade escolar pelo que alunos, professores e assistentes operacionais poderiam participar com os seus textos originais e criativos. Nesta brochura, estão reunidos os textos enviados para o concurso, desde o 1.º ciclo aos adultos, por ordem alfabética de título. Porque nunca é demais lembrar que a liberdade não é uma garantia e que, como cantou Sérgio Godinho, “O chão que pisamos é livre. Defendamo-lo.” 	&nbsp; 	A organização 	Bibliotecas Escolares

Revolução Era dia 25 de Abril de 1974 e os dias tristes e melancólicos acabavam, toda a gente celebrava a Revolução dos Cravos, incluindo o João. A liberdade entrou pelas janelas e, felizes, as mulheres foram para a rua com os filhos ao colo. As notícias deixaram de ser censuradas e nas bibliotecas entrou o saber e a curiosidade. O João festejou também com os amigos e a opinião de todos saía-lhes livremente pela boca fora. Agora, a escola era obrigatória, havia democracia, liberdade de pensamento e de tudo dizer. E veio a coragem para enfrentar a vida! 	&nbsp; 	&nbsp; 	&nbsp; 	Tiago Leal Martins 	3.º ano , EB1 Parrinho

Querida liberdade… 	&nbsp; Observei uma enorme multidão e gritos de revolta na rua, que habitualmente se encontrava deserta. Decidi aproximar-me. Senti grandes arrepios ao ver que a luta pela tão esperada liberdade estava finalmente a acontecer! Depois de tantos anos de censura, opressão e instabilidade, tudo iria mudar.&nbsp; Os estúdios das comunicações estavam a ser invadidos, espalhando-se a boa notícia que iria mudar para sempre as nossas vidas. Grandes mudanças se instalaram. Todos poderiam votar e viver livremente. Uma nova etapa repleta de direitos e prosperidade.&nbsp; Pensar na sensação de liberdade, retira-me um grande peso dos meus ombros.&nbsp; 	&nbsp; 	 	Inês Amorim 	10.º A

Liberdade &nbsp; Era uma vez uma cidade triste onde as crianças não iam à escola. Para poderem falar uns com os outros, tinham de se esconder. Às vezes, as crianças protestavam: - Sou uma criança e tenho direitos! Nessa cidade, havia um monstro malvado que não deixava ninguém protestar e imediatamente prendeu os pais das crianças, pois pensava que eles andavam a ensiná-las a serem livres. Que triste! Mas, um dia, as pessoas revoltaram-se. O monstro perdeu o poder e foi preso. Tão grande foi a felicidade, que todos atiraram cravos para o ar. E esses cravos passaram a chamar-se liberdade. Mariana Marques Daniel 4.º ano, EB1 Fontainhas

Foi assim Foi assim que ela voltou, regressada de um lugar onde há muito tempo se escondera. Pela primeira vez, em muito tempo, viu caras aliviadas, não atormentadas pelo medo. Sentiu-se afortunada por poder ver a mudança acontecer. Por poder ver aquele preciso momento em que, repentinamente, já não era a insegurança que caminhava pela rua, nem o terror a bater às portas. Não era a opressão que fazia as pessoas chorar. Era ela! Ela fazia as pessoas sentirem-se seguras, ela fazia as pessoas abrirem a porta com confiança, ela fazia as crianças rir. Foi assim que a liberdade voltou. 	&nbsp; 	&nbsp; 	&nbsp; Maria Ângela Ferreira 9.º C

Memórias &nbsp; - Avô, onde estavas no dia 25 de abril de 1974? - Lembro-me como se fosse ontem.... Estava com a tua bisavó, no sofá, a ouvir o rádio e os apresentadores diziam que tinha começado uma revolução em Lisboa. Fiquei confuso, pois tinha dez anos e nunca tinha ouvido falar numa revolução. Mas a minha mãe despreocupou-me. Se nada tivesse acontecido, não tínhamos a liberdade que temos hoje. - E não podíamos, por exemplo, usar os tops, nem as minissaias que usamos agora? - Não, tínhamos de andar todos tapadinhos. (risos) - Então, ainda bem que isso aconteceu! &nbsp; Maria Velhas Costa 9.º C

O lápis azul Tudo começou com um lápis azul. Um homem muito mau usava-o para fazer cruzes nos textos que proibia porque falavam de liberdade. Os autores dos textos viviam com medo e andavam tristes. O lápis azul também. Ele não queria riscar, mas a isso era obrigado. Um dia, quando a senhora da limpeza entrou no gabinete desse homem mau, encontrou o lápis azul caído no chão. Então, decidiu levá-lo para casa e oferecê-lo à filha que logo o usou. A partir daquele dia, o lápis já não riscava, só pintava mar e céu. Matilde Leite Gomes 4.º ano, EB1 Fontainhas

Liberdade roubada Era uma vez um país onde a liberdade foi roubada. O povo reuniu-se para pensar num plano que a devolvesse. Em grupos, os soldados andaram a vigiar todas as casas. E, na última, viram um homem que escondia algo atrás das costas. - O que esconde atrás das costas? - Nada! Não tenho nada! - Não é possível! Vamos ver! Ficou confirmado que a liberdade estava ali escondida, nas costas daquele homem. - É verdade! Roubei a liberdade porque não a tinha. - E se a partilharmos? Não seria melhor para todos? Francisco Silva Vaz 3.º ano, EB1 Carquejido

Avô, como foi ? - Avô, como foi o 25 de abril? - Foi um momento único na História de Portugal, a conquista da liberdade. - Liberdade?!!! - Antes, vivíamos numa ditadura. Não podíamos expressar livremente as nossas ideias. Então, o povo uniu-se para derrubar esse regime. - E como foi? - Foi um movimento pacífico, conhecido como a Revolução dos Cravos. Com cravos vermelhos nas armas, soldados marcharam juntamente com civis, simbolizando a paz. Foi um tempo de esperança e mudança. Portugal tornou-se uma democracia e as pessoas ganharam voz para decidir o destino do país. Foi um momento de transformação! Nunca esquecerei! Leonardo Pinto e Santiago Santos 9.º C

Cidade cinzenta Era uma vez uma cidade cinzenta, com paredes e telhados das casas cinzentos, muros cinzentos, ruas cinzentas e cinzentos os cabelos e os olhos das pessoas que viviam muito tristes, pois não se podiam expressar. Um dia, Colory chegou a este mundo triste e logo pensou: - Que lugar tão triste! No seu mundo, tudo era colorido. Até ela! Tinha cabelo louro, olhos azuis como o céu, lábios rosados e roupa multicolor. Com pena das crianças cinzentas, ofereceu-lhes potes de tinta e começaram a pintar muros, janelas e paredes. Foi inacreditável! Finalmente o cinzento tinha sido derrubado. Francisca Trindade 4.º ano, EB1 Fontainhas

O lápis azul &nbsp;Havia um lápis azul que era obrigado a riscar todas as palavras que falassem de liberdade. Pertencia a um homem muito mau, mal-encarado, que o usava para fazer cruzes. E ele fazia cruzes azuis em histórias, canções, notícias… O lápis vivia triste, não gostava de riscar esses textos tão bonitos. Ele queria era pintar, fazer arte. Andava tão farto dessa vida que, um dia, decidiu fugir. Desenhou umas asas e voou pela janela aberta. Viu uma criança e foi até ela. Feliz, a criança pegou nele e, no chão, desenhou a liberdade. Ainda hoje guarda esse lápis! Lívia da Costa Carvalho 4.º ano, EB1 Fontainhas

As palavras proibidas Nós, as palavras proibidas, surgimos na Revolução de 25 de abril, o dia em que conseguimos escapar ao controlo da censura. Antes, éramos silenciadas, mas, agora, fazemos ouvir a nossa voz nas ruas, apregoando liberdade e justiça. Representamos a voz dos oprimidos, somos as palavras da resistência que ecoam nos corações daqueles que desejam mudança. Juntas, conjugamos o verbo da esperança, escrevendo um novo capítulo na História de Portugal. Nós, as palavras proibidas, somos a força que ultrapassa as barreiras, contando a história épica da liberdade que se ergueu naquele dia inesquecível. Rodrigo Silva 9.º&nbsp; C

Arma de abril Eu, uma arma acabadinha de ser feita, vou contar-vos um conto. Certo dia muito importante, não sabia o que estava a acontecer, mas soube que era algo especial. Os soldados estavam todos reunidos na rua e pousaram um cravo em mim. Havia música e muitas pessoas à frente do Quartel do Carmo. Vi alguns homens com ar carrancudo a sair de lá e a renderem-se. Não sei porquê, sou apenas uma pequenina arma. Letícia 6.º A

A liberdade No século passado, num país que é o meu, as pessoas não podiam falar livremente. Todos controlavam os gestos, as palavras faladas ou escritas. Mas tudo mudou, num dia mágico, 25, do mês onde tudo floresce, abril. Ao som das mais belas canções, bandos de andorinhas invadiram os céus das principais cidades. As pessoas saíram de casa para admirar os voos livres que se cruzavam no céu mais azul da primavera há muito esperada. Os cravos também voaram e enfeitaram as armas dos soldados que, com coragem e bravura. quiseram conquistar a tão desejada Liberdade! 	&nbsp; Francisco Maria de Oliveira Terra 3.º ano, EB1 Casaldelo

Pós-revolução Como habitante adolescente que cresceu num Portugal fascista, é com entusiasmo, mas também, apreensão que vivo a minha vida adulta em liberdade e democracia, após a revolução. É evidente que o governo de ditadura tentou manter ordem e estabilidade no país, mas é inegável que essa época foi assinalada pela falta de liberdade de expressão, desigualdade de género e perseguições aos opositores do regime. Estas restrições desapareceram com a revolução, no entanto, o excesso de liberdade trouxe instabilidade ao país, aumento do desrespeito entre as pessoas, que não combina com o Portugal ideal desejado. Quando chegará? 	&nbsp; Maria João Ferreira 9.º C

Liberdade a voar Ao final da tarde, no dia 25 de abril, voa uma joaninha livre pela cidade, em Portugal. A joaninha estava cansada de ver as pessoas proibidas de conversar e de sonhar. Nesse dia, com asas de encanto, a joaninha coloriu as ruas de vermelho. Voou em direção a Lisboa e viu os militares felizes nas ruas. Os cravos, também eles inspirados pelos soldados, vieram dar força a essa revolução que ficou conhecida para sempre na História, como a Revolução dos Cravos. E a joaninha voa, voa, livre e feliz, ao final da tarde… 	&nbsp; 	&nbsp; Carlota de Pinho Pinto 3.º ano, EB1 Casaldelo

Um cravo na espingarda A baloiçar numa espingarda, pelo meio da multidão, vejo os que tinham a sua liberdade aprisionada, finalmente, livres. A sua felicidade é nítida e contagiante. Finalmente o som da marcha dos soldados representa paz na vida dos portugueses. Finalmente podem sair à rua e expressar as suas opiniões com desconhecidos, sem receio de pertencerem à PIDE. Finalmente as pessoas não são prisioneiras de si próprias. A partir de hoje, aquele pássaro enjaulado, que vivia dentro de cada um dos portugueses, está libertado. A liberdade dá um grito, ouvido por toda a nação. Finalmente somos livres! 	&nbsp; 	Beatriz Araújo e Joana Bastos 	9.º C

Voo pelas praças de Lisboa Era uma vez uma joaninha que vivia em Portugal. Ela voava todos os dias ao fim da tarde para não ser aprisionada. A bela joaninha assistia a coisas muito más naquele país e, por isso, ficou triste e tentou fazer alguma coisa para mudar. No dia 25 de abril, a joaninha voou pelas praças de Lisboa e lançou o seu pó mágico. Isto fez com que os cravos florissem e todos os habitantes sentissem que deviam lutar pela liberdade. A partir desse dia, em Portugal, todos se sentiram mais livres, tal como a joaninha. Mafalda P. Morgado de Oliveira 3.º ano, EB1 Casaldelo

A joaninha mágica Há meio século, num país oprimido, a pequena Joaninha Betty voava todas as tardes, silenciosamente, pelos jardins da cidade. Betty tinha um poder mágico. Acreditava num mundo livre e todos admiravam a sua coragem. Foi em abril, nesse dia 25, que os ventos ecoaram lindas melodias e encheram de ânimo todas as joaninhas que saíram dos lugares sombrios onde estiveram fechadas durante mais de quarenta anos. Ainda hoje, Betty festeja com os amigos voando sem parar pelas ruas e praças de Lisboa. O mundo seria melhor se todos vivessem como a Betty em paz e liberdade. 	&nbsp; 	Camila Rodrigues Vieira 	3.º ano, EB1 Casaldelo

Um símbolo da liberdade Estava lá eu, mais um dia normal, à espera de alguém que me prestasse atenção. Até que, já tarde, alguém, com ar sério e apressado, nos levou a todos. Amontoado numa caixa, não percebi bem para onde ia… Passei a noite na caixa. De manhãzinha, bem cedo, fomos colocados na ponta das espingardas dos militares que faziam a Revolução. Em pouco tempo, as ruas ficaram vermelhas, mas não era de sangue. Era o vermelho da liberdade! Foi então que percebi o meu verdadeiro valor, o valor de um cravo. 	Maria Constança Costa 	9.º C

O silêncio e a esperança Olhei para os lados e vi Homens bravos com os olhos no chão Silêncio - era essa a realidade Dos homens que vivem em submissão. O céu estava cinzento cinzento como as mágoas das pessoas. Tudo lembrava o tormento Não existiam coisas boas. 	 Nós éramos usados explorados e silenciados. Os outros estavam interessados no seu poder e como eram elogiados. Todos nós esperávamos aquele momento em que nos poderíamos expressar. Mas ninguém tinha o conhecimento Do que se ia passar. 	&nbsp; 	Alice Henriques e Matilde Amaral 	9.º C

Avô, o que é para ti o 25 de abril? - Avô, o que é para ti o 25 de abril? &nbsp;- É um marco decisivo na História de Portugal. Em 1974, a Revolução pôs fim a quase meio século de ditadura, inaugurando uma nova era de liberdade e democracia. Este acontecimento simbólico é celebrado anualmente lembrando a coragem e determinação do povo português lutando pelos seus direitos. As ruas encheram-se de cravos vermelhos, símbolo de paz e fraternidade, e o país começou uma jornada rumo a uma sociedade mais justa e igualitária. É um tributo à coragem e à esperança, que permanecem vivas nas memórias de todos os portugueses. Leonor Costa 9.º C

O que é, o que é? O que é, o que é?&nbsp; É o que as aves sentem, quando voam nos vastos céus. É o que os peixes sentem, quando nadam no enorme oceano. É o que os cavalos sentem, quando correm, à solta, nos verdes prados. É o que eu sinto, quando estou num campo sem ninguém, onde posso correr, gritar, rebolar e libertar todas as insatisfações, mas também as alegrias, que tenho no fundo do meu coração. Ela chama-se Liberdade. É o que muitos ainda não têm e muitos não sabem valorizar. 	&nbsp; 	Anabela Sun 	9.º C

Conversa improvável Estava tudo bem antes de ela chegar e entrar na cabeça de todos. - Porque apareceste? Eles não tinham de pensar, só de cumprir. Não precisavam de questionar, só de obedecer. Não queriam o que não tinham, contentavam-se com o que lhes davam. - Não vês a pobreza do país? Vai embora, as pessoas estão cansadas, está na hora de libertá-las! - Libertar? As pessoas não precisam de liberdade! - Como podes ser tão ignorante? Tu proibiste tudo, tanto censuraste! Certo, vou embora. Mas fico à espreita. Enquanto houver uma alma viva que me admire, não morrerei! &nbsp; Carolina Santos e Inês Alves 9.º C

O primeiro de muitos Não seria mais um dia, seria o primeiro de muitos a clarear o cinzento, a afastar as nuvens, a deixar o sol brilhar sem medo. Seria o primeiro de muitos a libertar a liberdade, a deixar correr ao vento as palavras enjauladas. Seria o primeiro de muitos a vestir-se de cravo vermelho, a trazer esperança, paz e progresso, sem pudor. Seria o primeiro a soltar vozes, tantos anos caladas, sem sustos nem pavor. Seria em abril, o dia que prometia outros dias assim. Ana Paula Oliveira professora Grupo 300

O sonho da andorinha Naquele dia 25 de abril, sempre a sonhar, uma andorinha mágica viajou de muito longe até Lisboa. Uma joaninha segredou-lhe que&nbsp;quem fosse contra as decisões do governo era preso e torturado. Os homens foram obrigados a ir para a guerra colonial. O povo português sentia-se humilhado, triste e sem liberdade.&nbsp; Nesse mágico dia, a andorinha pediu às suas amigas e em bandos cantaram belas melodias e despertaram as pessoas que saíram para a rua. Todos os soldados saíram dos quartéis e regressaram felizes para as suas famílias. Hoje podemos celebrar a conquista da democracia! Salvador Henrique C. B. dos Santos 3.º ano, EB1 Casaldelo

A origem do cravo -Tu serás a Rosa, símbolo do amor. -Tu serás o Girassol, símbolo da felicidade. Foi assim que Deus transformou sentimentos em flores e, só depois, criou humanos e animais. Até a curiosidade o levar a espreitar um país triste. Em vez de pessoas contagiadas pelas roseiras e girassóis, encontrou pessoas infelizes. O abuso do poder e a censura reprimiam-nas. Um dia, militares revoltaram-se, derrubaram a ditadura e devolveram a liberdade roubada. Nessa primavera, Deus criou outra flor. -Tu serás o Cravo, símbolo da liberdade, das vitórias e conquistas. E muitos cravos vermelhos floresceram. 	&nbsp; Luana Barbosa 9.ºG

Malvada associação &nbsp;Uma malvada associação controlava todo o país, não permitia a liberdade e prendia quem lutasse por ela. &nbsp;Uma noite, os chefes entraram numa casa e prenderam os pais de um menino. Certo dia, ele acordou e decidiu enfrentar o medo. Saiu para a rua para se queixar que lhe tinham roubado os pais e que andavam a prender gente inocente. Esse era um dia especial. Quando chegou à rua, viu muitos soldados em tanques e as espingardas enfeitadas com cravos vermelhos. As pessoas gritavam de alegria e as palavras proibidas já não o eram. A liberdade tinha voltado! Théo Silva 4.º ano, EB1 Fontainhas

Havia muita gente na rua Havia muita gente na rua que se acotovelava e empurrava para junto da fachada do prédio. A minha preocupação era não me perder do avô. Por isso, apertei a minha mão na dele. E, eis que estamos mesmo em frente de uma janela, com grades, pouco acima do nível do chão. No interior, uma cama desfeita. Ouvi o meu avô dizer: -Vês? Era ali que ficavam os presos. De que presos falava ele? Cresci e entendi. A cela, pequena, escura e fria, era do quartel da PIDE no Porto. Naqueles dias, a Liberdade soltou-se e Portugal nunca mais foi igual! 	&nbsp; 	&nbsp; Paula Amorim professora Grupo 400

O cravo no jardim A minha avó contou-me que, numa certa madrugada, ouviu um sussurro vindo do jardim. Então, viu um pequeno cravo que lhe disse com orgulho: "Eu sou o cravo do 25 de abril, aquele colocado nas espingardas dos militares, no fim da ditadura portuguesa. Eu sou o cravo vermelho". Interessada, ela ouviu-o. Ele contou-lhe a história da revolução e, entre risos e lágrimas, ela descobriu o poder das flores. Desde esse dia, o jardim de sua casa encheu-se de vida com cravos vermelhos, lembrando-lhe que, mesmo nas situações difíceis, a esperança pode florescer. 	&nbsp; 	&nbsp; Maria João Batista 9.º C

O dia do cravo &nbsp; Num dia de abril, Celeste acordou bem cedo para ir montar a barraquinha. Ela vendia as mais belas flores em Lisboa. Nessa manhã de vinte e cinco, havia uma certa agitação e frenesim nas ruas. Ela viu colunas de militares desfilarem com as espingardas ao ombro e uma exibição de canhões que amedrontavam os mais valentes. Celeste pegou nos seus lindos cravos vermelhos, foi passando entre os militares e colocou-os nos canos das armas. Este pequeno gesto tornou-se o símbolo da liberdade. E foi assim que os portugueses começaram a viver em democracia. 	&nbsp; Edgar Costa Melo 3.º ano, EB1 Casaldelo

Uma voz silenciada Estamos a viver o pior momento das nossas vidas. Não podemos conviver, não nos podemos expressar, não somos livres. A ditadura é uma época opressora, de censura e de negação dos direitos humanos básicos. Quem vive, ou já viveu, em época de ditadura é testemunha de violações sistemáticas dos direitos humanos e da instauração de um clima de medo por parte do exército e dos praticantes da ditadura. É crucial que, no futuro, se lembrem desta época aterrorizante que estamos todos a viver para que ninguém volte a cometer o mesmo erro. André Carvalho 9.º C

&nbsp; Ficha técnica &nbsp; Título: Microcontos de Abril Autor: Alunos e professores do Agrupamento de Escolas João da Silva Correia &nbsp; Coordenação: Bibliotecas Escolares &nbsp; Ano letivo 2023-2024 Abril 2024

Liberdade &nbsp; A Liberdade é um canário fêmea, amarelo, e tem as patas cor-de-rosa. Ela era feliz, porque voava de canto para canto, de casa em casa, de ilha para ilha, de país em país... Quando, finalmente, chegou a Portugal, agarraram-na e prenderam-na numa gaiola. Bem pensavam que era para sempre, mas o que não sabiam era que a Liberdade tinha mesmo muita força. Um dia, a Liberdade deu várias bicadas na porta da gaiola e… ela rebentou. A Liberdade voava livre outra vez! 	&nbsp; Emília Pereira 4.º ano, EB1 Carquejido

Futuro inesperado Naquele dia primaveril, Miguelito, no tempinho das brincadeiras, olhava timidamente as piruetas das meninas no jogo do elástico. Trauteava a cantiga ensinada pela D. Clarinha, para a inauguração da escola: “Da pátria somos soldados…”. &nbsp;Subitamente, foi perturbado: deviam regressar a casa. Percebeu que os tanques dos soldados de Aveiro iam passar na estrada nacional! Os tanques? A guerra? Mesmo à beira da escola? Encheu-se de medo. Só em casa compreendeu que tinha havido uma revolução em Lisboa. &nbsp;Depois, nas conversas inquietas, foi adivinhando, mais do que percebendo, um futuro inesperado, menos constrangedor, e que todos os rapazes regressariam de África. Ana Baía professora Grupo 300

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