Os Cinco Biólogos

Histórias em Linha Vertical

Entretanto, chegou o Félix. - Então já sabem que não fui eu, pois eu não bebo. – sublinhou o Félix. - Xiu! Façam pouco barulho e ouçam! – pediu a Filipa. - Arranja forma de fazer desaparecer a garrafa. – gritou a Beny com alguém ao telemóvel. - Pronto, agora já sabem quem foi. – insistiu Félix. - Vamos à polícia. – sugeriu a Mimi. - Eu levo o carro. – adiantou a Filipa. - Então, quem poderia ser se mais ninguém tirou a carta ainda? – resmungou a Maria.

Chamaram a polícia, que não descobriu nada. O local foi cercado e começaram a andar pela floresta quando se aperceberam de que havia, numa árvore, uma mensagem escrita com sangue: “Agora vão sentir a dor que eu senti quando fizeram queixa de mim!”. Começaram logo a levantar suspeitas. - Eu acho que foi o Félix! – afirmou a Filipa. - Eu também acho que foi ele. – disse a Beny. - Porquê eu? – questionou o Félix. - Porque ontem fomos falar de ti ao chefe! Não tens feito nada! – retorquiu a Mimi.

Projeto Histórias em Linha Vertical

Fiat Argo Passaros Sticker by Fiat Brasil

Coordenadoras Emília Ferreira Isabel Guedes*

*Responsável pela edição e ilustração desta história.

Agrupamento de Escolas de Lousada Escola Secundária de Lousada Ano letivo 2023-2024

Carolina Veiga Dora Ferreira Guilherme Gonçalves Margarida Carneiro Margarida Magalhães Maria Leonor Pereira Prof.ª Emília Ferreira

Passados alguns anos, os cinco colegas encontraram-se novamente e a Beny pediu desculpa pelo seu terrível ato, reconhecendo que, na altura, não estava nada bem. Os colegas perdoaram-na e pediram ao chefe que lhe desse uma segunda oportunidade. Este acedeu e voltaram todos ao trabalho novamente, prometendo defender os linces ibéricos e assegurar a sua reprodução, para uma maior diversidade da fauna e um maior equilíbrio do meio ambiente.

Para saber mais sobre mim, basta tocar na imagem.

A Maria era bióloga e, naquele momento, estava a trabalhar no projeto “O lince ibérico”, que estudava esta espécie, que se encontrava em vias de extinção. Ela trabalhava com quatro colegas. - Encontrei alguma coisa! - afirmou a Mimi. - Vais ficar aí parado, Félix?! - zangou-se a Filipa. - Não vou sujar as minhas mãos com coisas parvas. – reclamou o Félix. - Então o que estás a fazer aqui? – refilou a Maria. - A ganhar dinheiro! – disse o Félix.

Passadas algumas horas, decidiram fazer uma reunião com o chefe. - Pedi para fazer esta reunião, pois o Félix não está a fazer o trabalho proposto. – explicou a Maria. - Exatamente! Ele, no trabalho anterior, ficou sentado numa pedra, parado, marimbando-se para o trabalho. – esclareceu a Filipa. Depois de longas conversas, decidiram terminar a reunião, dado que aquela não estava a dar frutos.

A noite tinha sido muito calma, o que os deixou dormir. Levantaram-se cedo e, quando chegaram à floresta, descobriram o motivo de a noite ter sido calma. - Encontrei três linces mortos! – exclamou a Beny. Ficaram todos chocados, provocando um silêncio constrangedor, que acabou por ter sido interrompido pela Filipa. - O que é que terá acontecido? – perguntou a Filipa. - O que estás a ver, parva! – resmungou a Maria. - Chama o chefe! – ordenou a Beny.

- Eu só não vos ajudei porque já lá tinha ido. – explicou o Félix. - Pelos menos, poderias ter explicado isso! De qualquer modo, também não é desculpa. – acrescentou a Maria. - Oh! Vocês são umas chatas. Se tiver de explicar alguma coisa, será à polícia e não a nenhuma de vocês! – afiançou o Félix. Passados alguns dias, foram prestar declarações à polícia.

-&nbsp;A polícia disse-vos alguma coisa sobre uma garrafa de vinho espalhada a alguns metros? – perguntou a Filipa. - Não! Porquê? – indagou a Beny. - Porque a polícia diz que quem cometeu o crime provavelmente estava bêbado. – explicou a Filipa. - Mas o Félix não bebe! – exclamou a Mimi. - Então quem poderá ter sido? – perguntou a Maria. - Olhem, tenho de ir ali atender o telemóvel. – disse a Beny. - Não é por nada, mas as únicas que bebem são a Filipa e a Beny. – suspeitou a Maria. - Eu não bebi nada. Além disso, estive sempre a falar com a Mimi. – adiantou a Filipa. - É verdade! – exclama a Mimi. Mas a Beny também esteve sempre comigo. – disse a Maria.

Na esquadra da polícia, deram o número de telemóvel da Maria e descobriram que sempre tinha sido a Beny e também descobriram o seu cúmplice. Passado algum tempo, prenderam a Maria por a ter ajudado a cometer aquele crime hediondo. - Só há uma coisa que não faz sentido, visto que a mensagem dizia que alguém iria sentir o que aquela pessoa tinha sentido quando fizeram queixa dela, mas nenhum de nós fez queixa da Beny. – refletiu a Mimi. - Há alguns anos, eu trabalhava numa reserva natural com a Beny e fiz queixa dela porque ela fumava ali, onde era proibido, atirando as beatas para o mato, provocando o risco de incêndio. Por essa razão, o nosso chefe suspendeu-a durante uma semana. Então, penso que foi por causa disso. – explicou a Filipa.

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