Trabalho desenvolvido no âmbito dos Projetos PADDE e Crescer a Ler. 

AFada Palavrinha e o Gigante das Bibliotecas

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A rainha então lhe disse: -Podias comprar para mim um palácio com dez torres e telhado de marfim.

Vitória, vitória, acabou-se a história.

Encheram bem a barriga roendo aqui, além. Um banquete de papel é mesmo o que lhes convém.

-Aqui é que se está bem!- disseram todas em coro. -Vamos comer os livrinhos encadernados em couro.

Julgava já ter comido todas as traças, um dia, quando viu uma tracinha num livro de poesia.

Quando a noite desceu apareceu um gigante com longas asas, que vinha de uma gruta distante.

Graças à fada, ao gigante é mesmo uma loucura ver tanta gente feliz presa à sua leitura.

Já deixaram de dizer uns ignorantes vassalos que ficar sentadinho a ler no rabo até faz calos.

-Ai! - gritou a multidão, que não tinha mais sossego. -Este medonho gigante parece mesmo um morcego!

-Não, eu venho, majestade, apenas pedir emprego. Comer traças é trabalho ideal para um morcego.

Na biblioteca estudou, nela se fartou de rir, porque os livros também servem, afinal, para divertir.

Leu os livros de aventuras, de ciências naturais, os de banda desenhada, e ainda leu muitos mais.

O rei não quis dar ouvidos a gente tão ignorante, tinha gosto de aprender como se fosse um estudante.

-Sobre as crianças eu deito uns pós de perlimpimpim para descobrirem que ler é uma aventura sem fim.

Ficaram então os dois a cuidar da biblioteca. Enquanto ela faz magias ele faz uma soneca.

- Vens também comer os livros?- perguntou, aflito, o rei. -Se vieres com tal tenção já aqui te prenderei.

Logo então foi contratado o simpático gigante e desatou a limpar os bichos de cada estante.

A princesa sua filha lhe falou desta maneira: -Quero mil metros de sedas para levar à costureira.

- Que hei de fazer, digam lá?- perguntou ele ao serão. -Antes de me decidir quero a vossa opinião.

Mas o pior foi que as traças, ao verem tal corrupio, entraram na biblioteca num dia cinzento e frio.

Uma fortuna guardada merecia aplicação. Ali, fechada num cofre, ainda chamava um ladrão.

Era uma vez um rei que tinha enorme tesouro: esmeraldas, diamantes e muitas moedas de ouro.

A Fada Palavrinha e o Gigante das Bibliotecas

Ilustradores: Alunos da EB 24 da Quintã 2º ano Vozes: Alunos do 2º ano Professora: Teresa Pereira

Luísa Ducla Soares (Texto com supressões)

Em vez de trincar as folhas ela estava a devorar o livro com os seus olhos. Não conseguia parar.

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