Conto tradicional ilustrado e narrado pelo grupo Jardim de Infância de Friestas.

Grão de Milho

Mas enquanto caminhava, começou a chover muito, muitíssimo; e Grão de Milho abrigou-se debaixo de uma couve.&nbsp; Estava ali tão bem que acabou por adormecer profundamente.&nbsp;

Muito perto do caminho havia um boi que tinha muita fome. Quando viu aquela couve grande e apetitosa, comeu-a, e com ela o Grão de Milho.&nbsp;

A mãe lá acabou por aceitar e deu-lhe uma moeda para comprar um bocadinho de açafrão. Grão de Milho pegou na moeda e saiu de casa a cantar:

Pachim, pacham, pachom, vejam lá pra onde estão a olhar.&nbsp; Pachim, pachom, pachum, pró Grão de Milho não pisar.&nbsp;

Quando Grão de Milho chegou à mercearia, aproximou-se do balcão e disse: -Senhor merceeiro, senhor merceeiro, se faz favor, dá-me um bocadinho de açafrão?&nbsp; Mas o merceeiro nem o ouviu.&nbsp;

Grão de Milho voltou a repetir um pouco mais alto: -Senhor merceeiro, senhor merceeiro, se faz favor, dá-me um bocadinho de açafrão?&nbsp; Desta vez o merceeiro ouviu qualquer coisa, mas não viu ninguém.&nbsp;

E Grão de Milho foi para a floresta a cantar: Pachim, pacham, pachom, vejam lá pra onde estão a olhar.&nbsp; Pachim, pachom, pachum, pró Grão de Milho não pisar.&nbsp;

Entretanto, o pai, que já estava impaciente por estar há um bom pedaço à espera na floresta, decidiu voltar para casa. Quando chegou, a mulher contou-lhe que Grão de Milho lhe tinha ido levar o almoço e que ainda não tinha regressado.&nbsp;

Todos juntos voltaram para casa a cantar:&nbsp; Pachim, pacham, pachom, vejam lá pra onde estão a olhar.&nbsp; Pachim, pachom, pachum, pró Grão de Milho não pisar.&nbsp;

Era uma vez uma família que tinha um filho muito pequeno, tão pequeno como um grão. Por isso lhe chamaram Grão de Milho.&nbsp;

Um dia, quando a sua mãe estava a fazer o almoço, viu que não tinha açafrão.

Grão de Milho ofereceu-se logo para ir à mercearia. A mãe nunca o deixava sair sozinho de casa, porque tinha medo que as pessoas não o vissem e o pisassem.&nbsp;

Mas Grão de Milho insistiu. Disse à mãe que iria a cantar; assim, mesmo que não o vissem, ouviam-no e ninguém o pisaria.&nbsp;

Como não o encontravam, foram até à floresta gritando:&nbsp; -Grão de Milho... onde estás?,&nbsp; Grão de Milho... onde estás?&nbsp;

Muito preocupados, os pais foram procurá-lo gritando:&nbsp; -Grão de Milho... onde estás?, Grão de Milho... onde estás?&nbsp;

Ao longe ouviram uma voz que dizia:&nbsp; -Na barriga do boi que se move, onde não troveja nem chove.&nbsp;

Quando Grão de Milho chegou a casa, deu o açafrão à mãe e os dois acabaram de fazer o almoço.&nbsp;

Então, Grão de Milho quis levá-lo ao pai que estava a trabalhar na floresta. Mas a mãe não o deixava porque o cesto era demasiado pesado.&nbsp;

Mesmo assim, Grão de Milho insistiu. Agarrou no cesto e pô-lo aos ombros. Ao ver que o filho podia com ele, a mãe deixou-o ir.

Grupo de crianças de 4 e 5 anos do Jardim de Infância de Friestas

Então, Grão de Milho pôs-se em bicos de pés e gritou: -Senhor merceeiro, senhor merceeiro, se faz favor, dá-me um bocadinho de açafrão? O merceeiro debruçou-se sobre o balcão e respondeu-lhe: -Ah, afinal és tu, Grão de Milho! Toma lá o açafrão.&nbsp;

Grão de Milho pegou no açafrão, deu a moeda ao merceeiro e saiu muito contente a cantar:

Pachim, pacham, pachom, vejam lá pra onde estão a olhar. Pachim, pachom, pachum, pró Grão de Milho não pisar.&nbsp;

Os pais procuraram, procuraram, até que viram um boi que parecia ter fome.&nbsp; Aproximaram-se, deram-lhe de comer e...

- O boi tanto engoliu, que com um pum Grão de Milho saiu.

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