Diário de bordo

Segunda-feira, 8 de&nbsp;agosto&nbsp;de 1431&nbsp; Querido&nbsp;diário,&nbsp; hoje aconteceram coisas fora deste mundo, fiquei com medo de perder a vida!&nbsp; A tripulação estava toda a almoçar restos de biscoito que sobraram do pequeno-almoço e eu tinha ido falar com o homem-da-ampulheta&nbsp;e foi aí que comecei a ver uma coisa, era uma ilha! Fui avisar a tripulação e decidimos ir dar uma vista de olhos...&nbsp; Chegámos à ilha e parecia tudo normal...&nbsp;Fomos mais para o interior e deparamo-nos com uma floresta muito escura, apesar de ser dia. Passado algum tempo, ouvimos um barulho altíssimo vindo de uma árvore mais à nossa frente. Fomos&nbsp;ver o que era e, só me lembro de depois acordar numa cabana escura....Estávamos&nbsp;todos amarrados e&nbsp;com&nbsp;panos&nbsp;na boca! Pensava que estava a ter um pesadelo!

&nbsp;Mais tarde, apareceram uns homens estranhíssimos! Tiraram&nbsp;os panos&nbsp;das&nbsp;nossas bocas e nós só perguntávamos “O que quereis?”; “Por que fazeis isto?” mas eles não diziam nada, até que um falou e disse “Queremos a vossa caravela e todo o ouro que tenhais!”, e eu disse “Jamais!”. Foi aí, que um homem matou um companheiro meu....&nbsp;Formaram-se&nbsp;lágrimas nos meus olhos, só esperava que aquele&nbsp;momento&nbsp;acabasse...&nbsp;&nbsp; Felizmente, conseguimos negociar e voltar à caravela! Perdemos algum ouro, mas salvámos a vida. Se não tivesse sido assim, não estaria&nbsp;aqui a contar-te esta história.&nbsp;Adeus, meu querido diário, até amanhã.&nbsp; A tua,&nbsp; Inês&nbsp;Janeiro&nbsp;

12 de janeiro de 1435 Olá, Minnie! Estou aqui mais um dia neste barco com estas pessoas, algumas que mal conheço. Há uns dias houve uma invasão pirata, não sei como é que não me apanharam. Eram mesmo estranhos, com olhos tapados, chapéus, papagaios e tudo o que possas imaginar! Não me apanharam a mim, mas apanharam muita gente, inclusive o meu tio, mas bom, eu tento seguir em frente! Aqui no barco durmo no mesmo quarto que os meus pais e o meu primo, dormimos apertados, porém não há problema. Acordo todos os dias às seis da manhã para começar a trabalhar. Tomo o pequeno almoço às oito e meia e continuo a trabalhar até ao meio dia. A minha tarefa é organizar e limpar o convés.

Em seguida, por volta do meio-dia, almoço e depois vou descansar. À noite, janto às oito, e já que estamos a falar nas refeições, vou contar-te algumas coisas acerca da minha alimentação. Esta é, muitas vezes, à base de biscoito, mas é claro que não é só isso, também como peixe, pão com marmelada e carne. Bom, por hoje é isto que tenho para te contar. Beijinhos, Filipa Piteira.

4 de novembro de 1498&nbsp; Querido diário,&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; hoje&nbsp;as coisas começaram a piorar. Nestes últimos dias, os alimentos&nbsp;são&nbsp;cada vez menos e já matámos todos os nossos animais, mas mesmo assim não foi o suficiente para nos conseguirmos alimentar até ao fim da viagem.&nbsp;Nós também não andamos a ter sorte na pesca e quase que já não há água potável, ou seja, a nossa vida está a piorar&nbsp;dia após dia. Felizmente,&nbsp;faltam poucos dias para chegarmos ao nosso destino.&nbsp; &nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;Todos os dias, o nosso chefe entrega a todos uma tarefa para fazermos e não haver guerras dentro da caravela.&nbsp; &nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;Quando todos vão dormir, há sempre um grupo de pessoas acordadas&nbsp;a vigiar a caravela&nbsp;para os piratas não&nbsp;a&nbsp;assaltarem.&nbsp;

Eu sempre tive muita sorte porque nunca fui escolhida para fazer esses turnos.&nbsp; &nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;Quando todos nós acabamos as nossas tarefas,&nbsp;vamos&nbsp;fazer vários jogos para nos divertirmos. Jogamos xadrez, às cartas e tiro ao alvo. Eu sempre adorei estes momentos, porque nos divertíamos muito a jogar uns com os outros.&nbsp; &nbsp;&nbsp;&nbsp;A higiene é a pior coisa nas viagens, porque&nbsp;raramente podemos&nbsp;tomar banho para não acabar com a água potável, ou seja,&nbsp;é&nbsp;um cheiro horrível na&nbsp;caravela!&nbsp; &nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;Por hoje, despeço-me de ti, diário, e&nbsp;deixo o testemunho da minha vida a bordo&nbsp;desta caravela.&nbsp; Joana Silva&nbsp;

Segunda-feira&nbsp;à&nbsp;noite, 5/10/1495&nbsp; Querido diário!&nbsp; É de&nbsp;noite,&nbsp;não&nbsp;se vê&nbsp;nada a não ser que tenhamos&nbsp;a luz do farol ligada, que&nbsp;é&nbsp;o caso.&nbsp; Eu&nbsp;sou&nbsp;o capitão do navio,&nbsp;navegamos em pleno oceano e&nbsp;ontem&nbsp;resolvi mandar&nbsp;remar para norte para encontrar terra&nbsp;e&nbsp;arranjar&nbsp;comida, que já estamos com pouca.&nbsp;&nbsp; Remámos até&nbsp;às&nbsp;5 da manhã, depois fomos dormir. Acordámos&nbsp;às&nbsp;15horas e fomos preparar o almoço que foi carne com arroz.&nbsp;Quando acabámos de almoçar,&nbsp;voltámos a remar mais 6&nbsp;horas.&nbsp;Passado essas&nbsp;horas, deixei&nbsp;os marinheiros&nbsp;divertirem-se, foram jogar as cartas, xadrez, jogo do galo.&nbsp;&nbsp;

De&nbsp;repente, olhei para o lado e vi&nbsp;terra. Então,&nbsp;eu disse para voltarem a remar para chegarmos&nbsp;a terra. Quando lá chegámos,&nbsp;fizemos&nbsp;negócio, comprámos e voltámos para&nbsp;o mar&nbsp;para&nbsp;descobrir&nbsp;mais terra.&nbsp;Foi muito divertido!&nbsp; Duarte Gomes&nbsp;

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Querido diário! Hoje, dia 8 de&nbsp;novembro&nbsp;de 1443, décimo quinto dia a bordo nesta caravela, domingo,&nbsp;ou seja,&nbsp;dia de missa,&nbsp;vou ter&nbsp;de fazer várias tarefas, mais do que o habitual.&nbsp; Estes dias estão a ser bastantes interessantes e complicados, porque tem havido muitas tempestades. Até agora não conseguimos pescar nada, por isso temos de matar vários animais, para os cozinhar e depois comê-los.&nbsp;&nbsp; Ao pequeno-almoço, comemos os nossos preciosos biscoitos e bebemos um copo de água. A água está a acabar, portanto vamos ter de parar num porto para reabastecer.&nbsp; Eu estou a escrever aqui porque quero desabafar contigo esta situação.&nbsp;A higiene&nbsp;a bordo de uma caravela&nbsp;é estranha: fazemos as necessidades num&nbsp;balde e atiramos para o oceano.&nbsp;

Quanto às atividades, são difíceis de realizar&nbsp;porque a vida a bordo é dura e os divertimentos são poucos&nbsp;porque os padres não gostam que joguemos.&nbsp;Mas à noite quando nenhum&nbsp;superior está a ver, nós jogamos xadrez ou damas.&nbsp; Nós&nbsp;raramente tomamos banho porque temos de aproveitar a água potável.&nbsp; Até amanhã&nbsp;&nbsp; Da tua confidente&nbsp;&nbsp; Inês&nbsp;Braga

4/2/1436 Querido diário, Ontem foi um dia difícil. Não conseguimos ter sorte na pesca. Então tivemos que matar uns dos nossos animais para comermos. A acompanhar os borregos, comemos arroz e bebemos vinho. A seguir, fui-me lavar com o balde de água e jogar um pouco de xadrez e quase que éramos descobertos pelo padre. Eu costumo jogar com o Pedro e também com o Manuel, embora passe mais tempo com o Salvador porque nós costumamos pescar juntos. Já passaram alguns meses desde que saímos do nosso país e fomos rumo ao desconhecido. De vez em quando o mar fica agitado e fico cada vez com mais medo dos monstros do mar e começo a pensar que nunca mais voltarei para casa.

Hoje comemos biscoito e bebemos vinho, só que depois reparámos que estávamos a ficar sem recursos. Temos de reabastecer o mais rápido possível. O Henrique, hoje, quando estava no mastro, viu um porto. Nós fomos reabastecer e logo, em seguida, continuámos a nossa jornada. É isto que tem acontecido nos últimos dias, querido diário.

3 de novembro de 1550 Querido diário, hoje estive a limpar o barco, o que deu muito trabalho, mas valeu a pena, porque o comandante deixou-me, a mim e ao resto da tripulação, jogar xadrez. Os membros do clero não podiam descobrir, então, alguns tripulantes ficaram a limpar e a fazer tarefas árduas, enquanto nós jogávamos. Quando terminámos, trocámos. À noite tivemos um problema, não havia peixe, nem dava para pescar e a tripulação estava com fome. Como havia animais que eles podiam matar e comer, tomaram essa decisão, porém eu fiquei triste por ver aquele animal morrer, todavia a fome era maior, então alimentámo-nos do pobre animal e como sobremesa, comemos biscoito.

Ugh... querido diário, posso confiar-te um segredo? Bem, eu realmente, não gosto dos nossos métodos de higiene. Tu não deves entender, porque não tens estas necessidades básicas, mas eles obrigam-nos a fazer as necessidades num balde e a deitar para o mar. Que horror! Já pensaste que depois vamos pescar e os animais marinhos estão contaminados! Fico feliz por ter alguém com quem desabafar! Adeus, meu doce diário, até amanhã! Melissa Moreno, n.º 16

Agrupamento de Escolas de Vale de Milhaços

Articulação Curricular - Português e História Prof.ª Anabela Rodrigues e Prof.ª Fátima Valente

22 de novembro de 1460 Olá, meu caro amigo! Nestes últimos dias ando com muito trabalho, porque sou comandante da caravela. Nem imaginas, não tenho parado, ando só de um lado para o outro. Então, vou passar a explicar-te: Ontem, tive de dizer aos tripulantes que temos de trabalhar mais e mais e mais....Meti todos a trabalhar...o homem que lava a embarcação, o da ampulheta, o que trata das velas. Porém, o mais complicado foi o homem que trata da alimentação, pois havia muito trabalho a fazer, por isso tivemos de organizar todos os alimentos: sal, azeite, vinagre, biscoitos, carne, peixe... ah! e os animais vivos. Aquilo estava uma confusão! E foi só mais um dia de trabalho duro.

Nos outros dias não aconteceu nada demais, mas houve um dia em que ocorreu um problema, quase chocámos contra um penhasco, ainda raspámos no penhasco rochoso. Estavam todos em pânico e ninguém se entendia. Foi por uns... três segundos que não chocámos. Mas, no fim, tudo acabou por ficar bem. Adeus, meu caro amigo! E foi mais uma aventura que te contei. Miguel Pereira nº17 8ºD

Quarta-feira, ao final da tarde, 3 de novembro de 1450&nbsp; &nbsp;&nbsp;Querida Luna,&nbsp; &nbsp;&nbsp;Hoje acordei bem cedo, fui comer e fui logo trabalhar. Tive de limpar o convés&nbsp;da caravela, foi bastante cansativo, pois estava bastante sujo.&nbsp; &nbsp;&nbsp;Logo de seguida,&nbsp;tive a minha pausa para comer, tivemos de comer biscoitos e água, não é do melhor que há, mas só há isso para comer. Eles são bastante rijos.&nbsp; &nbsp;&nbsp;Depois, tive de limpar e arrumar&nbsp;as coisas que estavam espalhadas pela caravela, foi bom porque pudemos conversar um pouco, mas é sempre muito cansativo. Aqui são muito exigentes com o trabalho!&nbsp;

&nbsp;&nbsp;&nbsp;Agora está a anoitecer, e estou na minha pausa, por isso, é que te estou a escrever, a seguir vamos comer&nbsp;outra vez e depois vamos dormir.&nbsp; &nbsp;O jantar vai ser peixe que nós&nbsp;estivemos a pescar, tem bom aspeto!&nbsp; &nbsp;Hoje, por acaso, esteve bom tempo, não choveu nem fez frio, veremos como estará amanhã.&nbsp; &nbsp;&nbsp;Até amanhã, querida Luna.&nbsp; Maria Ludovico&nbsp;

Hoje o dia foi bom, porque teve bom tempo e pudemos pescar, por isso o almoço foi peixe grelhado. Estava ótimo! Depois do almoço, joguei um jogo de tabuleiro com o Filipe, íamos quase sendo apanhados pelo padre, o que não seria bom. Ao final da tarde, avistamos uns golfinhos bem lindos, que seguiram o barco, fazendo várias acrobacias. Como podes ver, foi um dia fantástico! Amanhã estarei de volta para te contar mais aventuras!

Segunda, 1 de janeiro de 1410 Querido diário, Hoje esteve mau o tempo! A minha tripulação não tinha alimentos, por isso precisávamos de parar em algum sítio, mas estava nevoeiro. O tempo melhorou e já conseguíamos ver, mas não estávamos perto de nenhuma ilha. Então, a minha tripulação teve de pescar para sobreviver. Alguns já morreram durante a viagem, dizem que foi por falta de higiene, outros dizem que foi por falta de comida, na minha opinião, acho que foi muito trabalho e também a falta de higiene. Na minha tripulação, havia um cozinheiro e uma pessoa que limpava. Continuamos a andar até que chegámos a uma ilha cheia de pessoas tão simpáticas.

Quando chegámos, receberam-nos como se fossemos iguais a eles, mas, na minha opinião, nós não éramos. Deram-nos comida, água, vinho e vinagre e para nos ajudarem ainda nos deram animais vivos. Então, guardámos tudo e fomos embora e continuámos a andar porque tínhamos de chegar a um sítio. Em breve te darei notícias sobre a nossa próxima paragem.

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15/07/1450, quinta&nbsp;feira, de tarde &nbsp;&nbsp;Olá, querido&nbsp;diário!&nbsp; Hoje encontro-me perdido no meio do mar a passar fome e farto de trabalhar! O barco&nbsp;onde estou tem cerca de cem pessoas a bordo, muitas dessas&nbsp;a passar dificuldades em termos de saúde, pois a falta de higiene aqui é muita. Não há condições, nem para fazer as necessidades! Temos de urinar e fazer as fezes para um balde e, de seguida, atiramos para o mar.&nbsp; &nbsp;&nbsp;&nbsp;A&nbsp;comida é muito invariável, faz hoje três dias que como sempre a mesma coisa: o biscoito, azeite, vinagre, frutos secos, como&nbsp;amêndoas, algumas ervas aromáticas. Uma única vez comemos uma alimentação&nbsp;sem ser o biscoito, porém temos de ser nós a&nbsp;cozinhá-la.

&nbsp;Não há cozinheiros, quer dizer há, mas é só&nbsp;para o comandante. O pior de tudo são as tempestades, porque não conseguimos pescar. Para conseguir comer, temos de matar&nbsp;alguns animais, que se encontram a bordo. A&nbsp;seguir vou ter de ir trabalhar, pois já&nbsp;acabou o meu tempo&nbsp;de descanso. Tenho de ir realizar&nbsp;a atividade para a qual fui escolhido para fazer hoje que é pescar. Logo a seguir devo ir descansar um pouco e divertir-me, mas&nbsp;é às escondidas do padre que vai na embarcação, porque ele não gosta que joguemos xadrez.&nbsp;&nbsp;&nbsp;

10&nbsp;de&nbsp;novembro&nbsp;de&nbsp;1498&nbsp; Meu querido diário,&nbsp;&nbsp; nem&nbsp;imaginas&nbsp;a aventura que estou a passar! Estou numa caravela a explorar diversos mares desconhecidos.&nbsp;Está a ser incrível fazer algo diferente!&nbsp; Só não estou a gostar muito da parte em que temos de guardar comida para o resto dos dias, ou seja, temos de comer pouco para dar para a viagem toda, por isso chegamos a comer muito pouco. Comemos apenas&nbsp;“migalhas”&nbsp;de biscoito, carne e peixe.&nbsp;Também temos água potável e como nos lavar! Pelo menos isso.&nbsp; Vá lá que o meu trabalho não é muito difícil, limpo apenas uma divisão da caravela, o quarto de luxo do Capitão. Digo “fácil”, porque o Capitão tem cuidado com as suas coisas e acaba por não sujar quase nada.&nbsp;

Ah! E já me estava a esquecer, fiz novos amigos aqui na caravela, o Hugo e o Amadeu que são tão engraçados, costumamos jogar xadrez, damas e dominó. São os nossos três jogos preferidos.&nbsp;Estamos constantemente a jogar nos nossos tempos livres, temos é de ter cuidado quando os&nbsp;padres&nbsp;chegam, porque eles não gostam nada…&nbsp; Enfim, assim estão a ser os meus dias, dos quais estou a gostar muito.&nbsp; Até amanhã, agora vou descansar. Diana Guerreiro&nbsp;

Apresentação sobre a temática "Vida a bordo das caravelas", passada na disciplina de História.

10 de novembro de 1486&nbsp; Querido diário,&nbsp; já se passaram duas semanas ou se calhar três, não sei, perdi a noção do tempo. Muitas tentativas têm sido feitas para tentar passar para lá do cabo das&nbsp;Tormentas, por isso sinto que temos hipóteses de conseguir.&nbsp; As condições do navio são boas, ainda não sofremos nenhum ataque de piratas, mas os meus companheiros mal se aguentam em pé devido&nbsp;à&nbsp;falta&nbsp;de vitamina C. Quase todos eles estão com doenças, alguns com escorbuto, outros com peste negra. A alimentação é pouco variada porque parte do que consumimos, geralmente, é carne, isto quando não encontramos peixes para comer.&nbsp;

Não existe higiene! Quando fazemos as necessidades, utilizamos um balde, limpamo-nos a um pedaço de corda e atiramo-la borda fora. Quem tem melhores condições no barco é o capitão por ter&nbsp;um&nbsp;sítio para dormir, uma espécie de casa de banho e tem comida mais variada.&nbsp; As minhas tarefas são lavar o convés, içar a vela&nbsp;e auxiliar os marinheiros doentes. As&nbsp;nossas atividades de lazer são jogar xadrez, cantar com alegria enquanto bebemos e podemos comer um pouco mais que o suposto.&nbsp; Como podes ver, a vida a bordo é bem difícil e eu já me encontro muito cansado e desejoso de pisar terra. Vamos ver se amanhã terei um melhor dia.&nbsp; Lucas Batista

22&nbsp;de&nbsp;outubro&nbsp;de 1427&nbsp; Querido diário,&nbsp;&nbsp; como sabes encontro-me a alguns&nbsp;meses a bordo de&nbsp;uma caravela à procura de novas terras.&nbsp;Nas últimas noites tem chovido imenso&nbsp;e como não temos conseguido pescar, é necessário matar os&nbsp;animais&nbsp;que estão a bordo para nos alimentarmos. Tenho pena dos bichos, pois eles não fizeram nada, mas a vida é assim!&nbsp; Finalmente,&nbsp;acabou a semana e mudei de trabalho, que consistia em limpar o convés. Agora também não é melhor, passei a ser a pessoa que pesca e o tempo não ajuda.&nbsp; O resto dos marinheiros estão muito contentes e eu não consigo descobrir porquê,&nbsp;pois&nbsp;a comida que nos dão por dia é muito pouca, não temos onde nos limpar e fazemos as necessidades sem privacidade nenhuma.&nbsp;A nossa sorte é que&nbsp;descobrimos&nbsp;umas ilhas que tinham bastantes produtos (uvas, plantas-tintureiras para tingir os tecidos e alguns

animais) para podermos reabastecer a embarcação e fazer mais trocas comerciais.&nbsp; Ontem,&nbsp;como estava a chover,&nbsp;suspendemos o trabalho e tivemos de nos abrigar, aproveitámos para jogar alguns jogos e alguns foram rezar. Fiz um amigo que se chamava Afonso e descobri que&nbsp;era vizinho&nbsp;da minha mulher.&nbsp; O capitão disse que amanhã vamos reabastecer a caravela e depois iremos para casa.&nbsp;Espero que não demoremos muito a chegar porque já estou farto de viver na embarcação.&nbsp; Este foi o&nbsp;relato dos últimos&nbsp;dias. Amanhã volto a escrever sobre o meu dia.&nbsp; Francisco&nbsp;Santos

10&nbsp;de&nbsp;novembro&nbsp;de 1475 Querida Nancy,&nbsp;&nbsp; só consegui escrever-te agora,&nbsp;porque&nbsp;tenho estado muito ocupada. As tempestades destas duas semanas&nbsp;têm estado&nbsp;horríveis, não dá para fazer nada e, além disso, a caravela abana imenso.&nbsp; Na semana passada, a caravela quase naufragou! Tive tanto medo, Nancy, mas correu tudo bem e ainda bem! Esta semana, o mar não está muito agitado, mas mesmo assim assusta-me.&nbsp; Nancy, uma coisa de que eu não gosto nada nesta viagem é que todos os dias comemos a mesma coisa. Ao almoço, comemos&nbsp;grão de bico, peixe ou carne (isso se não conseguirmos pescar, óbvio) e vinho, depois, a meio da tarde, dão-nos uns biscoitos e água. Ao jantar, comemos o mesmo do almoço e a sobremesa é queijo.&nbsp;

Normalmente, quando eu acabo o meu trabalho, chamo o Carlos (marinheiro) e jogamos jogos de tabuleiro, porém temos de nos esconder,&nbsp;porque o senhor padre não deixa, diz que são "jogos do Diabo".&nbsp;Às&nbsp;vezes,&nbsp;quando não está a chover,&nbsp;costumamos ajudar a pescar, para&nbsp;pormos&nbsp;o peixe a secar ao sol, assim, o peixe conserva-se.&nbsp;&nbsp; Outro problema prende-se com as condições que temos para fazermos as necessidades fisiológicas.&nbsp;Odeio, pois&nbsp;sentamo-nos&nbsp;num balde e puxamos a corda que&nbsp;está&nbsp;fora&nbsp;da caravela&nbsp;para nos limparmos e depois deitamos ao mar!&nbsp; &nbsp;Nós temos sempre&nbsp;muito que fazer,&nbsp;há sempre atividades para todos.&nbsp; Estes são os meus dias&nbsp;a bordo&nbsp;da caravela. Volto a escrever-te quando puder, querida Nancy.&nbsp; Joana&nbsp;Freixiela&nbsp;

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3/1/1468 Querido diário, ontem, fiquei sem escrever porque avistei um navio e fiquei nervoso, mas ele só passou ao largo. Hoje o mar está muito agitado e tivemos de matar 15 animais: 5 vacas, 10 ovelhas, porque quando o mar está agitado, não podemos pescar. Dois homens ficaram doentes, mas o resto da tripulação está em ótima. Trazemos connosco muitos e muitos biscoitos e outras comidas, como por exemplo, carne salgada. A minha função de hoje é ter de pescar, o que na minha opinião não é muito difícil, e para ti?

Se calhar, vou ter de parar por aqui. Já está de noite e tenho de dormir, mas não tenho nenhum quarto. Eu vou deitar-me numa rede e aproveitar enquanto posso porque, para minha sorte, o meu turno é de dia, porém tenho colegas cujo o turno é de noite. Já amanheceu e se eu demorar muito fico sem dormir.&nbsp;

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5 de agosto 1427 Querido diário, a partir de hoje, 5 de agosto de 1427, as coisas começaram a mudar porque descobrimos as ilhas da Madeira e dos Açores. Para passar o tempo na caravela, os homens estão a jogar às cartas, a pescar ou a descansar. Eu e os meus colegas trabalhámos hoje muito. Nós fizémos turnos, cada um trabalhou cinco horas. Depois dessas horas de trabalho, comemos carne, ou peixe e biscoitos. Os cozinheiros também fazem turnos, o trabalho deles é temperar a carne e o peixe com sal e plantas aromáticas e cozinhar. Levamos na embarcação animais vivos, porque se os pescadores não tiverem sorte na pesca, comemos a carne a bordo.

Por eventualidade, encontrei aqui um vizinho. Ele chama-se Santiago e é pescador, começámos a falar sobre a vida e tal. Na semana passada houve uma tempestade fortíssima. Eu, nessa altura, ainda não estava de serviço, nem o meu amigo. Após a tempestade verificámos que não havia estragos. Houve um ferido que estava a sangrar do braço. Tratámos dele e melhorou. Até para a semana, Rodrigo

14/4/1481&nbsp;&nbsp; Olá,&nbsp;Bowei!&nbsp; Parece que estou nesta caravela há mais de 50 anos, mas ainda só se passaram&nbsp;sete&nbsp;semanas.&nbsp; Até que não é tão mau estar aqui, pois quando não estamos a trabalhar, como por exemplo a lavar o barco ou carregar coisas pesadas, nós costumamos fazer alguns jogos&nbsp;de tabuleiro para passar o tempo. O único problema é que o padre não pode ver, se não ele&nbsp;zanga-se.&nbsp;&nbsp; A comida é que não é lá muito boa, estamos sempre a comer uma espécie de biscoito duro, peixe e quando não conseguimos pescar, temos de matar os animais&nbsp;para&nbsp;comermos.&nbsp;&nbsp;

Também há muitas pessoas&nbsp;a morrer, nós até tentamos ajudá-las, mas acabam por morrer e depois fica um cheiro no barco que não se pode. Às vezes, até há brigas, mas até é normal, porque&nbsp;estamos aqui há algum tempo é impossível alguém não se zangar.&nbsp; Está na hora de descansar, adeus, meu amigo!&nbsp; Afonso Perry&nbsp;

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