Eu, Francisco Rodrigues e a viagem de Fernão Magalhães

Em 16 de Março de 1521, eu, juntamente com o explorador português Fernão de Magalhães e as suas três caravelas, sobreviventes da travessia do Oceano Pacífico, aportamos na ilha Homonhon, após cruzarmos todo o oceano, onde nos abastecemos de água e frutas, depois de navegarmos sem comida desde as Ilhas Marianas e de tratarmos os doentes.

Assim que a armada descobriu a Ilha dos Tubarões em 1521 e assim que&nbsp;a abandonamos, seguimos para a atual Ilha das Marianas, onde chegamos no dia 9 de março de 1521.&nbsp;Mal ancoramos, começamos a ser roubados, aquele povo indígena prejudicou-nos, levando os nossos materiais náuticos. Ficavam maravilhados com todos os objetos que não conheciam. Por este motivo, esta Ilha ficou também conhecida como a “Ilha dos Ladrões”.&nbsp;

Aqui estivemos três semanas, desiludidos pois não conseguimos encontrar o estreito para o Pacífico. Continuamos para sul e alguns de nós foram morrendo por doença, afogamento...

Já no&nbsp;porto de San Julian, os capitães não se conseguiram entender, a comida escasseava, alguns de nós queriam voltar e&nbsp;ocorreu um motim contra&nbsp;Magalhães. Não foi bonito de ver!&nbsp;Nesse confronto Luiz de Mendoza foi assassinado. Não devíamos ter chegado a esse ponto!

https://www.jn.pt/infos/magalhaes2/fernao-magalhaes.html

No âmbito da atividade "Navegar com a BE", o desafio lançado foi a produção de um texto coletivo recriando a vida de um marinheiro a bordo de um dos barcos da armada de Fernão Magalhães. Foi disponibilizado um documento no Google Drive, tendo cada aluno escrito uma frase com base naquilo que o colega ou colegas anteriores escreveram e de acordo com as informações recolhidas nas páginas sugeridas para consulta.

Chegamos&nbsp;ao mar de Timor um mês depois de deixar as Molucas e de lá partimos a bordo da Nau Vitória a 13 de Fevereiro de 1522, em direção a Espanha. Apesar da fome, sede, doença e tempestades terríveis, conseguimos dobrar o Cabo da Boa Esperança, navegando ao longo da costa Africana até entrar no Oceano Atlântico e rumar a Sanlúcar de Barrameda.&nbsp;&nbsp; Só apenas 18 dos 250 tripulantes retornaram a Sanlúcar três anos depois de termos deixado o porto. Eu fui um dos sortudos. E embora muitos atribuam a Magalhães o crédito de ser a primeira pessoa a circunavegar a Terra, o nosso Fernão Magalhães não está entre esses 18 sobreviventes.

Na realidade, a nossa armada já estava pronta em agosto de 1519, mas só em 20 de setembro de 1519 é que iniciamos a viagem que viria a mudar as nossas vidas e o mundo, carregados de mantimentos e peças de artilharia. A nossa viagem foi bem conseguida, pois já conhecíamos bem os oceanos e muitas terras, chegando seis dias depois às ilhas Canárias.

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Os cinco barcos, as naus “Trinidad” ( a nau de Fernão de Magalhães), “San Antonio”, “Concepción”, “Victoria” e a caravela “Santiago” partiram de Sevilha, descendo o rio Guadalquivir até Sanlúcar de Barrameda, onde se deram os últimos preparativos. A expedição comandada por Fernão de Magalhães entrou no Atlântico há 500 anos, a 20 de setembro de 1519.

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Tenho de admitir, eu nunca confiei nos residentes na ilha. Mas de repente, Magalhães saiu do barco. Ele desembarcou e pôs uma cruz do chão. Depois nós chamamo-la&nbsp;de Cruz de Magalhães. Mas os confrontos eram muitos. Durante os confrontos, Magalhães foi atingido por lanças de bambu e ferro e acabou por morrer. Fernão de Magalhães faleceu nas Filipinas a 27 de abril de 1521, sacrificando-se para salvar os seus colegas.

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Eu, Francisco Rodrigues, e a viagem de Magalhães

A passagem por esta ilha foi&nbsp;catastrófica para nós. Perdemos homens, somos agora 115 e não conseguimos manobrar três barcos. Vamos ter de fazer naufragar um, ateando-lhe fogo. Agora o capitão é&nbsp;Juan Sebastian de El Cano. O nosso objetivo não era dar a volta ao mundo, mas sim conquistar as ilhas Molucas e a sua riqueza, na Indonésia, onde carregamos duas naus com especiarias.

Partimos, então, para Cebu, a mais importante ilha das Filipinas, onde chegámos no dia 7 de abril de 1521. Fomos muito bem recebidos. Ao longo da viagem, perdemos 86 homens e duas naus. Fernão de Magalhães converteu o Rei Cebu, agora batizado com o nome Carlos, ao catolicismo. Conseguimos, desta forma, iniciar a expansão católica nas Filipinas. Com vista à consolidação da sua influência nas Filipinas, Magalhães resolveu fazer uma intervenção na ilha de Mactan, com o objetivo de submeter o chefe desta ilha que não lhe queria obedecer.

Neste período da viagem, a maior dificuldade sentida pelos tripulantes estava relacionada com a alimentação, pois, para além de ser racionada, os alimentos estavam muito degradados. Tudo isto contribuiu para o aparecimento de doenças, nomeadamente o escorbuto.

Ainda na sequência do motim, Juan Sánchez, Juan de Cartagena e Sanchéz Reina foram abandonados em terra e Gaspar de Quesada foi executado. Já não bastava a morte devido às doenças, agora, também, são castigos! Mas Magalhães garante que vai conseguir encontrar a passagem que tanto procura.

A 21 de outubro de 1520, ao dobrar o Cabo das Virgens, a nossa armada avistou um golfo profundo que, na época, ficou conhecido como Estreito de Todos os Santos, por termos lá passado no mês de novembro, mês em que se celebra o dia de todos os santos. Ficamos muito felizes, no entanto esperava-nos uma viagem longa e penosa, pois faltava comida, os homens estavam doentes e desiludidos. Os marinheiros da nau San Antonio desertaram e a nau voltou para Sevilha.

O meu nome é Francisco Rodrigues e fui marinheiro na armada de Fernão de Magalhães que partiu de Sevilha. Os meus companheiros vieram de Itália, França, Grécia, Alemanha, Bélgica, Reino Unido, Portugal, Espanha, e Malásia. O rei espanhol tinha ordenado que só cinco portugueses podiam ir nesta expedição, mas muitos dos meus compatriotas infiltraram-se com nomes falsos. Todos queriam participar!

Nas ilhas Canárias, abastecemos o barco de carne fresca, água e carvão. É aqui que sobem a bordo mais cinco homens. Para quê? Só paramos a 13 de dezembro de 1519, na Baía de Santa Lúcia. Aí contactamos com os povos indígenas. Tão diferentes de nós! Ficaram fascinados com os objetos que levávamos. Aqueles objetos, que não valiam nada, mas eles fizeram uma festa e em troca deram-nos muita comida. A 6 de dezembro voltamos ao mar em direção ao que hoje chamamos Rio de Prata.&nbsp;

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Bibliotecas do Agrupamento de Valadares 2020

A pequena largura e o clima quase nunca ameno tornavam o estreito de todos os santos conhecido pela dificuldade de aí se&nbsp;navegar. Este estreito é o maior (600km) e a&nbsp;mais importante passagem natural entre os Oceanos Atlântico e Pacífico. Conseguíamos observar as fogueiras que a população autóctone fazia e batizamos o território como Terra de Fogo. Seguimos viagem, agora só com três naus, através do estreito rumo à Ilha dos Tubarões.&nbsp;&nbsp;&nbsp;

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