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A sombra que o persegue

by Biblioteca EscolarSantosSimoes

Pages 4 and 5 of 33

Comic Panel 1
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Numa manhã trivial, William Clark, um vulgar estudante de engenharia na Universidade de Cambridge, dirigia-se ao café dos pais, com um ar fatigado, mas um tanto animado para comer as aprazíveis panquecas da mãe que, por muitos, ditas as melhores das redondezas, antes de dar início a mais um dia aborrecido de aulas.
Ao passar pelas mesmas lojas que passava todos os dias, ao ver as mesmas montras desbotadas e sem vida, que via todas as vezes que passava por lá e, ao ouvir o arrulhar dissonante e rumoroso dos pombos que suplicavam por alimento aos que por ali passavam. Apercebeu-se que o mundo era um lugar cinzento e baço onde a verdadeira felicidade era muito difícil de ser alcançada ou até inexistente. As luzes dos candeeiros eram ofuscadas pelo nevoeiro cerrado que ali perdurava e a paisagem urbana havia sido completamente dominada e restringida.
William continuava tão enfadado, que os seus pés pareciam estar a ser puxados pelo vento, arrastando-os lentamente pelo passeio cróceo e desgastado de calcário e os seus passos ecoavam como pedras numa parede de uma gruta.
A cada passo que dava, William embrenhava-se mais por entre o nevoeiro adentro, que parecia ficar cada vez mais maciço e opaco, até mais fervoroso e intenso à medida que ficava gradualmente sobressaltado. Todavia, subitamente, a ventania parou, deixando suspenso um silêncio ensurdecedor no ar. Os condutores dos carros rumorosos e férreos deixaram de gritar uns com os outros, por serem demasiado vagarosos e as pessoas que passavam, deixaram de murmurar e de criticar as vidas dos demais, remoendo-se de inveja por terem vidas tão fúteis e ignóbeis.
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Numa manhã trivial, William Clark, um vulgar estudante de engenharia na Universidade de Cambridge, dirigia-se ao café dos pais, com um ar fatigado, mas um tanto animado para comer as aprazíveis panquecas da mãe que, por muitos, ditas as melhores das redondezas, antes de dar início a mais um dia aborrecido de aulas.
Ao passar pelas mesmas lojas que passava todos os dias, ao ver as mesmas montras desbotadas e sem vida, que via todas as vezes que passava por lá e, ao ouvir o arrulhar dissonante e rumoroso dos pombos que suplicavam por alimento aos que por ali passavam. Apercebeu-se que o mundo era um lugar cinzento e baço onde a verdadeira felicidade era muito difícil de ser alcançada ou até inexistente. As luzes dos candeeiros eram ofuscadas pelo nevoeiro cerrado que ali perdurava e a paisagem urbana havia sido completamente dominada e restringida.
William continuava tão enfadado, que os seus pés pareciam estar a ser puxados pelo vento, arrastando-os lentamente pelo passeio cróceo e desgastado de calcário e os seus passos ecoavam como pedras numa parede de uma gruta.
A cada passo que dava, William embrenhava-se mais por entre o nevoeiro adentro, que parecia ficar cada vez mais maciço e opaco, até mais fervoroso e intenso à medida que ficava gradualmente sobressaltado. Todavia, subitamente, a ventania parou, deixando suspenso um silêncio ensurdecedor no ar. Os condutores dos carros rumorosos e férreos deixaram de gritar uns com os outros, por serem demasiado vagarosos e as pessoas que passavam, deixaram de murmurar e de criticar as vidas dos demais, remoendo-se de inveja por terem vidas tão fúteis e ignóbeis.