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À descoberta de lendas e contos lusófonos

by 6ème PLVE

Pages 12 and 13 of 93

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 LENDA DE SÃO VICENTE (Paloma)

  No tempo da ocupação da Península Ibérica pelos mouros, estes ordenaram que todas as igrejas fossem convertidas em mesquitas muçulmanas. Os cristãos de Valência quiseram pôr a salvo o corpo do mártir S. Vicente, que estava guardado numa igreja, levando-o para tal por mar para as Astúrias, então a única região cristã da península.

Como as águas estavam turbulentas, foram forçados a aproximar-se da costa. Por essa altura, perguntaram ao mestre da embarcação que terra tão bonita era aquela, ao que ele respondeu que era o Algarve. Pouco depois o barco encalhou e forçou-os a passar a noite naquele lugar.
Na manhã seguinte, quando se preparavam para retomar a viagem,
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avistaram um navio pirata. O mestre da embarcação propôs-lhes afastar-se com o navio para evitar a abordagem dos corsários, enquanto os cristãos se escondiam na praia com a sua relíquia. Depois viria buscá-los.

O barco, no entanto, nunca mais voltou e os cristãos ficaram naquele lugar. Ali construíram um templo em memória de S. Vicente e formaram uma pequena aldeia à sua volta. Entretanto, D. Afonso Henriques entrou em guerra com os mouros do Algarve, e estes, por vingança, arrasaram a aldeia dos cristãos de S. Vicente e levaram-nos cativos.
Passados muitos anos, D. Afonso Henriques foi avisado de que existiam vários cristãos entre os prisioneiros feitos numa batalha contra os Mouros.