Literar Contigo! nº1

Literatura Nacional:
Fernando Pessoa

nº1, agosto 2020, mensal, editores Kika corporation

A revista com artigos de literatura!

Especial

Literar contigo!

Poesia!

Editores Kika corporation

Autores, textos, curiosidades e muito mais!

English Corner
The Three Little Pigs
Roald Dahl

O trabalho Literar Contigo! Nº1 está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

Literar Contigo!

revista Literar Contigo, nº1 agosto 2020, mensal
editores Kika corporation
Escrito e redigido por Carlota Almeida

-Editorial- pág 4

-Literatura Nacional: Fernando Pessoa- pág. 6

-Poema do mês "Se" de Rudyard Kipling- pág. 16

-English Corner: Poem "The Three Little Pigs"- pág. 20

-Vamos Criar... Um mini-livro de papel!- pág. 24

-Recomendação de livros deste mês- pág. 30

Literar Contigo!

Índice

-Editorial- pág 4

-Literatura Nacional: Fernando Pessoa- pág. 6

-Poema do mês "Se" de Rudyard Kipling- pág. 16

-English Corner: Poem "The Three Little Pigs"- pág. 20

-Vamos Criar... Um mini-livro de papel!- pág. 24

-Recomendação de livros deste mês- pág. 30

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Editorial

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Literatura!

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Bem-vindos!

Esta é a revista Literar Contigo!, onde irão adquirir um maior conhecimento acerca da literatura universal e nacional, através de curiosidades, biografias de escritores intemporais e os seus textos... Também haverá uma secção nesta revista para quem quiser treinar o seu inglês, onde vamos aqui colocar todos os meses algo acerca desta matéria.

Divirtam-se!

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Editorial

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Literatura!

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Bem-vindos!

Esta é a revista Literar Contigo!, onde irão adquirir um maior conhecimento acerca da literatura universal e nacional, através de curiosidades, biografias de escritores intemporais e os seus textos... Também haverá uma secção nesta revista para quem quiser treinar o seu inglês, onde vamos aqui colocar todos os meses algo acerca desta matéria.

Divirtam-se!

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Estátua de Fernando Pessoa sentado a escrever no café "A Brasileira" no Chiado, Lisboa

Fernando Pessoa

Literatura
Nacional

Fernando António Nogueira Pessoa nasceu no dia 13 de junho de 1888, em Lisboa.
Já em criança, foi viver para a África do Sul, pois o seu pai era lá cônsul. Aprendeu muitas línguas como o inglês e o alemão.
Tornou-se poeta, escrevendo poemas em seu nome ( ou seja, Fernando Pessoa), que são chamados ortónimos.
Mas ele queria sentir-se na pele de outras pessoas, escrevendo poemas com a assinatura com outro nome que não era o dele, que são chamados heterónimos. Fernando Pessoa criou 79 heterónimos, mas os quatro mais conhecidos são Álvaro de Campos, Alberto Caeiro, Ricardo Reis e o semi-heterónimo Bernardo Soares. Todos os seus heterónimos tem uma maneira diferente de escrever.
Morreu no dia 30 de novembro de 1935, aos 47 anos.

6

Heterónimos mais conhecidos:
- Álvaro de Campos
- Alberto Caeiro
- Ricardo Reis
- Bernardo Soares ( semi-heterónimo)
Nota: Bernardo Soares é apelidado de semi-heterónimo, pois é o mais parecido com Fernando Pessoa.

Livros publicados em Portugal:

Mensagem- Fernando Pessoa

7

Poemas, uma seleção:

O MOSTRENGO
O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
À roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: «Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?»

E o homem do leme disse, tremendo:
«El-Rei D. João Segundo!»
«De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso,
«Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?»
E o homem do leme tremeu, e disse:
«El-Rei D. João Segundo!»
Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes:
«Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um Povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo;
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!»

Fernando Pessoa, in Mensagem

8

Para ser grande, sê inteiro

Para ser grande, sê inteiro: nada
        Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
        No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
        Brilha, porque alta vive.

Ricardo Reis

A Tabacaria

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

(...)

(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!

(...)

O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o: é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.

Álvaro de Campos

9

XX

O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia,

O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.