Atividade de escrita criativa - 12.º H, Escola Secundária Quinta do Marquês, Oeiras, abril de 2024.

Abril depois de Abril

Havia um país...

Há um país...

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Imagens disponíveis em https://50anos25abril.pt/recursos/

Havia um país dominado pelo analfabetismo, pela pobreza e pelo atraso económico.&nbsp; Havia um país separado por género, influenciado fortemente pelo catolicismo, onde a arte estava marcada pelo lápis azul e onde a liberdade não constava nos principais valores. Havia uma cidade escura, cinzenta, sombria e soturna onde a infelicidade tomou o lugar da liberdade.&nbsp; Há um país (in)formado, acolhedor e dominado pela calmaria do mar.&nbsp; Há um país sem género, onde a arte é livre, onde a religião não é obrigação e o livre-arbítrio está na constituição.&nbsp; Há uma cidade colorida, risonha e vivida, onde a liberdade se tornou uma prioridade.&nbsp;

Francisca Gouveia, Leonor Zulmiro, M.ª Teresa Amaral e Teresa Ribeiro

A partir das leituras de Havia, de Joana Bértholo, O Ano da Morte de Ricardo Reis, de José Saramago, Mensagem, de Fernando Pessoa, e dos recursos no mural <a href="https://padlet.com/BE_ESLFB/celebrar-o-25-de-abril-qx6itng5mu0lw4n6">Celebrar o 25 de Abril </a>, os alunos do 12.º H foram desafiados pela professora de Português a pensar o país antes e depois de Abril. Foi-lhes, seguidamente, sugerida uma atividade de escrita, de acordo com a estrutura sintática "Havia um país... Há um país...", bem como a ilustração dos textos resultantes. Esta proposta integra-se na iniciativa da Rede de Bibliotecas Escolares "Abril depois de Abril". E porque há palavras que têm asas, voemos livres por estas páginas...

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Havia, nas sombras do passado, um Portugal desbotado à espera da luz da mudança.&nbsp; Havia um cardume sem água, que nadava contra a corrente da opressão.&nbsp;

Há um país onde sopra o vento da democracia, transformando as sementes do silêncio em jardins de vozes florescentes.&nbsp;

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Madalena Costa e Xavier Marques

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Imagem 1: Eduardo Gajeiro Imagem 2: Disponível em www.livrepensamento.com Imagem 3: Gargalo. Disponível em https://ilustragargalo.blogspot.com/2016/04/25-de-abril-revolucao-dos-cravos.html

... onde os homens eram reis, soberanos e havia donas de casa…&nbsp; Havia um tirano que atrasava Portugal! Quem diria que uma cadeira seria o Messias desta nação…&nbsp;

... onde há rainhas e reis, mas também donos de casa.&nbsp; Há hoje um Portugal feliz, mas que ainda espera por uma nova cadeira...&nbsp;

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Francisco Batalha e Frederico Coutinho

"Havia, mas se não houvesse, era uma questão de acreditar que havia, mesmo."

Havia um país onde as noites eram frias e silenciosas.&nbsp; Havia uma cidade em que existia um lápis azul que apagava as palavras dos portugueses.

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Há um país onde o lápis azul de agora dá voz às ambições dos portugueses. &nbsp; Há um país onde ouvimos canções no vento que passa.

Carolina Gonçalves e Lourenço Rico

... onde a liberdade não existia. ... onde Abril tudo mudaria.

... onde 25 cravos transformaram toda uma vida.

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Afonso Campos e Rodrigo José

Havia um país...

Há um país...

Havia um país onde as palavras eram proibidas, omitidas antes de sequer poderem ver a luz do dia. Era um lugar sombrio, onde apenas o silêncio reinava.&nbsp;

Há um país onde apenas o céu é limite, no qual a liberdade predomina e nos faz correr atrás dos nossos sonhos.&nbsp;

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Hugo Guedes e José Maria

Sérgio Godinho - Liberdade (ao vivo)

Margarida Rodrigues&nbsp;e Mariana Costa

Havia um país onde não havia espaço para reflexões, ideias e opiniões.&nbsp; Havia um Portugal onde a educação não era prioridade e a ignorância reinava.&nbsp; &nbsp;Havia um país pintado só com lápis azul.&nbsp; &nbsp;Havia um país onde até beber uma coca-cola era penalizável.&nbsp; &nbsp;Havia um país onde a saúde nacional estava em decadência.&nbsp; Havia um Portugal onde a mulher era considerada como pouco mais que uma muleta no casamento, quase uma propriedade privada.&nbsp; &nbsp;Havia um Portugal dominado pela chuva e pelo nevoeiro.&nbsp; Há um país onde os pensamentos, antes ignorados, circulam livremente.&nbsp; Agora, importamo-nos com a literacia e com os estudos da população.&nbsp; Há um país onde somos livres de pintar com todas as cores.&nbsp; Há um país onde bebo Coca-Cola todos os dias.&nbsp; Há um país onde a esperança média de vida aumentou mais de 40 anos e a taxa de mortalidade infantil é praticamente inexistente. Há um país onde a mulher tem um papel ativo na sociedade e é dona da sua própria vida e das suas decisões.&nbsp; Há um país onde a chuva e o sol se transformaram num arco-íris que ilumina a vida.

Havia um país...

Havia um país oprimido. Havia um país onde a saúde era para alguns. Havia um país onde ler era um privilégio. Havia um país onde apenas uma opinião era aceite. &nbsp;

Há um país...

Há um país livre e feliz. Há um país onde a saúde é universal. &nbsp; Há um país onde ler é um direito. Há um país em que temos liberdade de expressão e livre arbítrio. &nbsp;

Raquel Veloso, Carlota Oliveira, Mariana Godinho e Gonçalo Neves

Havia um país onde era imposto o silêncio e a liberdade era apenas um sonho distante.&nbsp; Havia um Portugal onde os azulejos contavam histórias silenciadas.&nbsp;

Há um país onde os sonhos se tornam possíveis e a voz do povo finalmente se ouve.&nbsp; Há um Portugal onde as praças se enchem de vozes e cores, como pinceladas de liberdade num novo horizonte.&nbsp;

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www.flickr.com/photos/hemerotecadigital

Gonçalo Paulo, Martim Costa, Martim Rodrigues e Vasco Santos&nbsp;&nbsp;

"Não hei de morrer sem saber qual a cor da liberdade."

Imagem da capa: disponível em https://www.antenalivre.pt/cultura/25-abril-a-cinemateca-portuguesa-disponibiliza-documentos-online-sobre-a-revolucao

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Havia um país...

12.º H ESCOLA SECUNDÁRIA QUINTA DO MARQUÊS, OEIRAS, 2024

Havia. Até que um cravo surgiu e Lisboa renasceu! Até que um cravo floriu e o povo finalmente sorriu!

Havia uma cidade obscura onde as palavras eram censuradas.&nbsp; Havia um país que restringia a educação das mulheres. &nbsp;&nbsp;&nbsp; Havia um homem que abafava o sol ao seu povo. &nbsp;

Agora, há um país que incentiva a igualdade na educação para a construção de um mundo onde todos tenham voz e oportunidades iguais. &nbsp;

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Joana Magalhães e Daniel Conceição

Abril de Abril Era um Abril de amigo Abril de trigo Abril de trevo e trégua e vinho e húmus Abril de novos ritmos novos rumos. Era um Abril comigo Abril contigo ainda só ardor e sem ardil Abril sem adjetivo Abril de Abril. Era um Abril na praça Abril de massas era um Abril na rua Abril a rodos Abril de sol que nasce para todos. Abril de vinho e sonho em nossas taças era um Abril de clava Abril em acto em mil novecentos e setenta e quatro. Era um Abril viril Abril tão bravo Abril de boca a abrir-se Abril palavra esse Abril em que Abril se libertava. Era um Abril de clava Abril de cravo Abril de mão na mão e sem fantasmas esse Abril em que Abril floriu nas armas. Manuel Alegre (1936)

Poema ilustrado no âmbito da atividade da Biblioteca Escolar "Minutos de Leitura".

"A esperança, só a esperança, nada mais, chega-se a um ponto em que não há mais nada senão ela, é então que descobrimos que ainda temos tudo." 

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